Exército ruandês foi fundamental em conquistas no Leste da RDCongo

Peritos das Nações Unidas anunciaram hoje considerar que o exército ruandês desempenhou um papel determinante ao lado do Movimento 23 de Março (M23) na conquista de duas cidades no leste da República Democrática do Congo no início do ano.

ONU, bandeira

© Reuters

Lusa
02/07/2025 22:12 ‧ ontem por Lusa

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De acordo com um relatório semestral destes investigadores mandatados pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, o leste da República Democrática do Congo (RDCongo) teve uma intensificação da violência nos últimos meses na fronteira com o Ruanda devido a uma ofensiva relâmpago do M23 e das tropas ruandesas (FDR) sobre Goma e Bukavu, as capitais do Kivu do Norte e do Kivu do Sul, respetivamente, face a um exército congolês sobrecarregado.

 

Essa violência causou milhares de mortes, segundo o Governo congolês e a ONU, e agravou uma crise humanitária para centenas de milhares de deslocados.

"As operações das FDR tiveram um papel determinante na conquista e ocupação de novos territórios e cidades", salientaram os especialistas da ONU, acrescentando que as suas conclusões se baseiam em fotos e vídeos autenticados, tirados nomeadamente por drones, bem como em testemunhos e informações.

"Uma semana antes do ataque a Goma, responsáveis ruandeses informaram confidencialmente o grupo (de especialistas das Nações Unidas sobre a RDCongo) que o presidente (ruandês) Paul Kagame tinha decidido tomar imediatamente o controlo de Goma e Bukavu", acrescentaram os investigadores.

Num relatório anterior, no final de 2022, o grupo de peritos da ONU já tinha apontado a responsabilidade do Ruanda, através de operações militares, no conflito no leste da RDCongo.

Kigali nunca reconheceu explicitamente a sua presença militar na região, limitando-se a referir a implementação de "medidas defensivas" devido à presença na região das Forças Democráticas de Libertação do Ruanda (FDLR), criadas por antigos líderes hutus ligados ao genocídio ruandês de 1994 e consideradas pelo Ruanda como uma "ameaça existencial".

O acordo de Washington, assinado a semana passada entre Kinshasa e Kigali nos Estados Unidos da América, prevê "o respeito pela integridade territorial e o fim das hostilidades" no leste da RDCongo.

No entanto, estas alíneas ainda têm de ser implementadas, visto que continuam a ser relatados confrontos na região.

Paralelamente, uma tentativa de mediação entre Kinshasa e o M23 está em andamento em Doha, Qatar.

Leia Também: João Lourenço saúda acordo de paz entre RDCongo e Ruanda

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