Médicos Sem Fronteiras alertam para grave "crise alimentar" no Níger
A organização não-governamental (ONG) Médicos Sem Fronteiras (MSF) alertou hoje para uma grave "crise nutricional e alimentar" que se estar a formar na região de Maradi, no Níger, e no noroeste da vizinha Nigéria.
© Getty Images
Mundo Níger
"Uma grave crise nutricional e alimentar parece estar a caminho, e a prioridade hoje é prepararmo-nos o melhor possível", apontou o responsável pelas operações dos MSF na África Ocidental, Issiaka Abdou, em comunicado.
A região de Maradi, no sul do Níger, tem uma das maiores taxas de natalidade daquele país, de mais de sete filhos por mulher, e o casamento infantil é comum.
Maradi é frequentemente atingida por crises nutricionais que afetam crianças, devido à escassez de alimentos e à falta de hábitos alimentares, incluindo a proibição de dar peixes e ovos às crianças, segundo relatam especialistas.
Este ano, os MSF estão a "registar um fluxo invulgarmente alto de crianças desnutridas" nas unidades de saúde em que prestam apoio naquela região, acrescentaram em comunicado, citado pela agência AFP.
Esta ONG está preocupada com o número de crianças "gravemente desnutridas" atendidas desde o início do ano, que "aumentou 34%" em relação ao mesmo período de 2020.
O número de crianças internadas em "estado crítico aumentou 46%", principalmente no Hospital de Madarounfa.
Também famílias que vivem no noroeste da Nigéria vão aos locais onde estão os MSF para tratar filhos que sofrem de "desnutrição aguda".
O número de crianças desnutridas da Nigéria atendidas em centros de saúde apoiados pelos MSF em Madarounfa "aumentou cerca de 90% este ano" e reflete "a situação extremamente preocupante" da zona de África mais populosa.
Esta situação é agravada, segundo a ONG, pela "crescente insegurança, em particular causada por grupos criminosos".
Os MSF revelaram ainda que se estão a mobilizar para "expandir as atividades médico nutricionais" em Maradi e no Estado de Katsina, para enfrentarem o período de "maior falta de alimentos" e o "pico sazonal da malária" que "promete ser particularmente devastador este ano".
Em fevereiro, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) revelou que 457.200 crianças com idades entre os seis e os cinco anos estão "expostas à desnutrição severa" em 2021 no Níger.
Leia Também: Refugiado nigeriano de 10 anos torna-se mestre nacional de xadrez dos EUA
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com