ONU mantém posição sobre Saara Ocidental e pede diálogo
A ONU apelou hoje ao diálogo entre Espanha e Marrocos na atual crise entre os dois países e manteve a sua posição sobre o Saara Ocidental, na procura de uma solução mutuamente aceitável no conflito na antiga colónia espanhola.
© Reuters
Mundo Saara
"Quando há tensões entre dois Estados membros, sejam a Espanha, Marrocos ou outros, apelamos sempre a um diálogo aberto entre os dois para resolver qualquer questão pendente que tenha gerado uma crise", disse o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric.
O porta-voz realçou que, na questão do Saara Ocidental, as Nações Unidas continuam a apoiar-se nas resoluções aprovadas pelo Conselho de Segurança.
"Continua a ser o nosso farol", insistiu o porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, respondendo à questão de um jornalista sobre o reconhecimento da soberania marroquina sobre o Saara Ocidental por parte da anterior administração norte-americana, liderada por Donald Trump, em dezembro de 2020.
Face à posição de Trump, que pressupõe o apoio à tese de Marrocos, as resoluções do Conselho de Segurança defendem uma solução política mutuamente aceitável baseada no compromisso, que permita a autodeterminação do povo do Saara Ocidental.
Segunda-feira, num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros marroquino afirmou que a "grave crise" entre Madrid e Rabat não terminará até que "a Espanha esclareça inequivocamente as suas decisões e posições" em relação ao Saara Ocidental.
O Governo marroquino separou assim a crise do destino do líder da Frente Polisário, Brahim Ghali, que hoje foi ouvido pelo tribunal especial espanhol Audiência Nacional no âmbito de duas queixas por alegados crimes contra a humanidade, genocídio, tortura e outros.
A crise migratória em Ceuta coincidiu com a hospitalização, devido a complicações ligadas à covid-19, em Logroño (norte da Espanha), de Ghali, que a Audiência Nacional recusou hoje enviar para prisão provisória ou retirar o passaporte por não haver risco de fuga ou provas do crime.
Na sequência da declaração marroquina, o Presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, assegurou segunda-feira ser "absolutamente inaceitável" que Marrocos tenha conseguido "atacar as fronteiras" de Ceuta com o assalto de milhares de pessoas como forma de protesto contra um problema de política externa.
Leia Também: OMS atribui homologação de emergência a vacina chinesa Sinovac
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com