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Chefe da diplomacia libanesa demite-se após declarações ofensivas

O chefe da diplomacia libanesa, Charbel Wehbé, demitiu-se hoje após ter feito declarações que suscitaram a cólera das monarquias do Golfo, a quem acusou de ligações ao grupo extremista Estado Islâmico (EI).

Chefe da diplomacia libanesa demite-se após declarações ofensivas
Notícias ao Minuto

11:25 - 19/05/21 por Lusa

Mundo Estado Islâmico

Recebido pelo presidente Michel Aoun, de quem é próximo, Wehbé pediu para ser "dispensado das suas funções e responsabilidades", indicou numa curta declaração no palácio presidencial.

Justificou a sua saída referindo "os últimos desenvolvimentos" que acompanharam as suas "declarações televisivas", assegurando que não queria que o incidente fosse "usado para prejudicar o Líbano e os libaneses".

Na segunda-feira à noite, num debate numa emissora norte-americana de língua árabe, Charbel Wehbé aludiu às ricas monarquias conservadoras do Golfo como responsáveis pelo crescimento do EI.

Depois abandonou o local furioso, dizendo ao seu interlocutor saudita que não aceitava "ser insultado por um beduíno".

A Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Bahrein e o Koweit convocaram no dia seguinte os embaixadores ou encarregados de negócios do Líbano no seu território e o secretário-geral do Conselho de Cooperação do Golfo criticou as declarações do ministro libanês.

Num comunicado, Riade "expressou a sua rejeição e condenação" das "declarações vergonhosas" de Wehbé.

As relações entre a Arábia Saudita e o Líbano têm sido tensas nos últimos anos, lamentando Riade particularmente a influência regional do movimento xiita libanês Hezbollah, aliado do seu grande rival iraniano.

O caso é ainda mais embaraçoso para o Líbano por os seus responsáveis não esconderem nos discursos que apostam numa potencial ajuda financeira do Golfo para reanimar a moribunda economia do país.

O atual Governo, encarregado unicamente dos assuntos correntes, está ele próprio demissionário desde agosto, na sequência da explosão no início desse mês no porto de Beirute, que causou mais de 200 mortos e destruiu bairros inteiros da capital libanesa.

Mais de nove meses depois do drama, o primeiro-ministro designado, Saad Hariri, ainda não conseguiu formar um novo governo, permanecendo as principais forças políticas do país absorvidas em negociações intermináveis.

Leia Também: Governo libanês acusa Israel de matar manifestante na fronteira

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