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Etiópia. Confrontos entre grupos énicos fizeram 300 mortos em março

Os confrontos entre Amhara e Oromo, os dois maiores grupos étnicos da Etiópia, causaram mais de 300 mortos em março, num novo pico de violência antes das eleições marcadas para junho, disse esta sexta-feira um funcionário federal à agência AFP.

Etiópia. Confrontos entre grupos énicos fizeram 300 mortos em março
Notícias ao Minuto

13:34 - 09/04/21 por Lusa

Mundo Etiópia

"A nossa investigação mostra que o número de mortos é de 303, os feridos de 369 e 1.539 casas queimadas", disse o Provedor de Justiça principal da Etiópia, Endale Haile, referindo-se à violência na região de Amhara.

A violência começou em 19 de março e aconteceu em duas zonas da região de Amhara, disse.

A região é predominantemente povoada pelo grupo étnico com o mesmo nome, o segundo maior da Etiópia, mas uma das áreas afetadas pela violência, a Zona Especial Oromo, é povoada principalmente por Oromo, o maior grupo étnico do país.

Os mortos, na sua maioria baleados, são civis e membros das forças de segurança, disse Endale Haile, cujo gabinete recolheu os dados de funcionários locais e membros das forças de segurança, sem fornecer detalhes sobre a sua distribuição ou as causas da violência.

"Não estamos dispostos a identificá-los com base na sua etnia. Eles são seres humanos, por isso devemos considerá-los como seres humanos em vez de os classificarmos como Oromo e Amhara", referiu.

Jemal Hassen Mohammed, administrador chefe da zona Jile-Temuga na Zona Especial Oromo, disse à agência AFP que a violência começou em 19 de março depois de um imã de etnia Oromo ter sido morto a tiro fora de uma mesquita, provocando confrontos entre as forças de segurança de Amhara e civis Oromo.

No dia seguinte, quando Oromo ferido tentou procurar cuidados médicos, foi atacado por uma multidão que matou 10 pessoas usando "uma combinação de armas contundentes, incluindo catanas, facas, blocos de cimento, paus e pedras", disse Jemal.

Um total de 68 pessoas foram mortas e 114 feridas na Zona Especial de Oromo, enquanto 40.000 pessoas foram deslocadas e 815 casas foram queimadas, detalhou.

"Contamos que o número de mortos aumente devido aos feridos que se encontram em estado crítico", disse.

O balanço não pode ser verificado independentemente e os funcionários na outra área afetada, North Shewa, não puderam ser hoje contactados.

O primeiro-ministro, Abiy Ahmed, chegou ao poder em 2018, após vários anos de protestos antigovernamentais, alimentados pela participação generalizada da juventude Amhara e Oromo. Mas o seu mandato tem sido manchado pela violência intracomunitária sangrenta, e os analistas temem que as eleições parlamentares e municipais marcadas para 05 de junho aumentem a insegurança.

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