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Autoridades angolanas esforçam-se para reabilitar Huambo

As autoridades angolanas têm feito "um esforço" para reabilitar Huambo, que foi o epicentro da guerra civil travada entre MPLA e UNITA, avalia o jornalista Xavier de Figueiredo, que hoje lança um livro sobre a cidade.

Autoridades angolanas esforçam-se para reabilitar Huambo
Notícias ao Minuto

09:23 - 06/02/14 por Lusa

Mundo Guerra civil

Hoje, "o ambiente é outro" e a segunda cidade de Angola, palco de sangrentos e prolongados confrontos durante os 37 anos de guerra civil, tem "outras condições", compara o autor de "Huambo/Nova Lisboa, uma cidade criada em condições inéditas, em tempos de mudança" (ed. Monitorius), que hoje será lançado no Palácio da Independência, em Lisboa, às 17:00.

"Hoje, [Huambo] não está ostracizada. Foi, apesar de tudo, feito um esforço, não sei se foi o esforço que devia ter sido feito, mas fez-se algum, no sentido de a reabilitar e de restabelecer as ligações", fundamentais para uma cidade do interior, frisa Xavier de Figueiredo em declarações à Lusa.

"Huambo continua a ser a segunda cidade de Angola, apesar de ter sido aquela que mais danos sofreu com a guerra", sobretudo "pelo abandono" a que "esteve votada durante quase 30 anos", assinala o jornalista, nascido em Nova Lisboa, nome daquela cidade durante o regime colonial português.

Huambo "nasceu de forma incipiente, mas desenvolveu-se de forma notória", explica Xavier de Figueiredo, recordando que, no passado, "foi um importante centro de produção agrícola e chegou a ser um grande centro de investigação científica".

Mas o "abandono" que se seguiu ao fim da guerra teve "consequências em termos de conservação, de mau uso das coisas", refere o editor da publicação África Monitor, que vive em Portugal, mas voltou a Angola por três vezes desde o fim da guerra civil, a última das quais em 2007.

Xavier de Figueiredo reconhece que "se nota uma evolução" no país, porque os recursos antes canalizados para a guerra começaram a ser "aplicados na reconstrução e no desenvolvimento". Porém, sustenta, Angola ainda está na "fase de aprendizagem, ainda que avançada".

Tanto o MPLA (no poder) como a UNITA (na oposição) tiveram "que se adaptar" quando a guerra acabou, adaptação "que vai sendo feita", realça.

A situação em Angola está hoje "muito condicionada pela atenção especial que é dada ao assunto da sucessão presidencial", destaca. "Julga-se que a forma como isso acontecer, os resultados que isso vier a ter, as circunstâncias em que ocorrer, isso é que vai ser determinante no futuro de Angola. Mas como ainda não ocorreu, nem sequer também há indícios de quando é que poderá vir a ocorrer", diz.

Sobre as relações entre Portugal e Angola, Xavier de Figueiredo rejeita a ideia de que "se deterioraram", atribuindo os "problemas" a "manobras politicamente calculadas".

Esses "exercícios" pretendem "obter determinados efeitos políticos", diz. "Que isso corresponda, de facto, a problemas e que esses problemas afetem assim tanto as relações com Angola, tenho muitas dúvidas disso", admite, contrapondo: "As relações seguiram normalmente o seu caminho, não houve nenhuma alteração."

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