"Estamos orgulhosos da nossa independência, do milagre que é o Estado de Israel, mas os nossos corações estão cheios de tristeza e dor", disse Herzog no tradicional evento realizado na residência presidencial com as forças militares.
Este dia é geralmente comemorado por Israel com um espírito festivo, sendo realizada uma exibição da Força Aérea que junta milhares de pessoas nas ruas de todo o país, e com refeições e churrascos nas praias e parques nacionais.
Este ano, o espetáculo aéreo foi cancelado e as manifestações festivas nas ruas assumem um tom mais contido em memória dos 128 reféns detidos na Faixa de Gaza pelo grupo islamita Hamas -- dos quais pelo menos 36 estão mortos, e dos 272 soldados israelitas que morreram em combate no enclave.
"Vocês são 120 faróis de luz, 120 fontes de conforto, 120 fontes de esperança. A vossa coragem, excelência, determinação, camaradagem e amor pelo povo, pela nação e pelo país são a fonte da nossa força e inspiração", destacou o Presidente falando aos 120 soldados que assistiram hoje à tradicional cerimónia na residência presidencial, em Jerusalém.
O Presidente sublinhou que Israel "não deixará que o inimigo os derrote", referindo-se ao Hamas, grupo que no dia 7 de outubro passado realizou um ataque inesperado em solo israelita, matando cerca de 1.200 pessoas e raptando outras 253, o que levou à eclosão da atual guerra na Faixa de Gaza, na qual já morreram mais de 35 mil palestinianos, segundo o grupo islamita.
"Estamos determinados, juntos, a fazer ouvir a melodia histórica, emocional e vinculante da nossa nação e do nosso amado país: o Estado de Israel. Uma melodia tecida de geração em geração, uma melodia ligada ao mandamento eterno: 'Am Yisrael Chai' (O povo de Israel vive)", sublinhou Herzog.
O Dia da Independência em Israel - que é comemorado de acordo com o calendário hebraico, que este ano coincide com o dia 14 de maio do calendário gregoriano, no qual, em 1948, David Ben Gurion proclamou a criação do Estado de Israel - sucede ao Memorial Day, um dia solene em que a nação recorda os soldados mortos e as "vítimas do terrorismo" no contexto do conflito.
Para os palestinianos, este acontecimento é conhecido como 'Nakba' (desastre, em árabe), e é assinalado anualmente no dia 15 de maio, dia em que começou a primeira guerra israelita-árabe, um dia após o nascimento do Estado hebreu, e que forçou o êxodo de mais de 700 mil palestinianos e a destruição de dezenas de aldeias árabes no que é hoje Israel.
Leia Também: Tréguas em Gaza? Negociações estão agora "quase num impasse", diz Qatar