Completadas quase duas semanas desde o início da pré-época, o Sporting já esgotou a paciência com Viktor Gyokeres e, apesar de ter autorizado que se apresentasse mais tarde em Alcochete, este sábado é o dia limite para que o internacional sueco dê 'sinal de vida', antes da partida da comitiva verde e branco para um estágio no Algarve.
O goleador nórdico terá avisado Frederico Varandas, presidente do Sporting, que não pretende comparecer na Academia Cristiano Ronaldo, em forma de protesto por conta da intransigência expressada pelos leões nas negociações com o Arsenal, sendo que tal atitude poderá não só valer problemas disciplinares internamente, como ainda um 'stop' dos gunners nas negociações, segundo escreve o jornal A Bola, na sua edição impressa deste sábado.
Após a oferta de 65 milhões de euros (mais 15 em objetivos) recusada, o Sporting fez saber que pretende, no mínimo, uma proposta de 70 milhões de euros fixos, bem abaixo dos 100 milhões da cláusula de rescisão, algo que levou o clube de Londres a definir que, perante todo o impasse, não avançará, para já, nas conversações.
Recorde-se que Frederico Varandas salientou, há sensivelmente um mês, que não pretendia vender um dos seus maiores ativos "por qualquer valor", contrariamente ao que relatou Hasan Cetinkaya, agente do nórdico, quando garantiu ter provas de como os bicampeões nacionais aceitariam a saída por 60 milhões de euros, mais 10 em objetivos, rumo ao Arsenal.
De referir que os jovens internacionais Geovany Quenda (Portugal) e Conrad Harder (Dinamarca) juntam-se à equipa de Rui Borges precisamente este sábado, antes da partida em direção a Lagos. Já Gyokeres, que não apareceu na Academia Cristiano Ronaldo esta sexta-feira, não deverá sequer comparecer aos trabalhos leoninos nos próximos dias.
Rescindir é opção?
Face ao impasse na sua transferência do Sporting para o Arsenal, o internacional sueco até poderá rescindir unilateralmente com os leões para assinar de imediato pelos gunners, contudo, as consequências poderão ser... nefastas.
Lúcio Correia, professor de Direito do Desporto, alertou, em declarações prestadas esta sexta-feira à Rádio Renascença, para os riscos que poderá ter uma eventual tomada de posição radical, por parte do avançado nórdico, apontando mesmo a um indemnização que até poderia superar os 100 milhões de euros, valor da cláusula de rescisão.
"Houve já outros casos em que a cessação [de contrato] foi considerada ilícita, mas que - apesar disso - puderam celebrar novo contrato de trabalho e começar logo a jogar por outros clubes, é o que acontecerá neste caso. Veem premiada uma cessação ilícita e só mais tarde se apurará o valor da indemnização", começou por dizer.
"O risco é que o apuramento dos danos pode dar um valor até ser superior ao valor da cláusula [100 milhões de euros]. O valor pode, no entanto, ser atenuado com as alegadas promessas de saída feitas por um valor abaixo da clausula de rescisão", vincou de seguida o professor.
Viktor Gyokeres chegou a recorrer às redes sociais, no passado dia 12 de junho, prometendo falar "no tempo certo", algo que poderá acontecer em breve. "Guerra" foi o termo usado ontem, quinta-feira, por Fabrizio Romano para descrever a determinação de Gyokeres em forçar a transferência para o clube da Premier League, preparando-se para iniciar uma greve, que inclui não treinar nem jogar pelo Sporting até que seja vendido.
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