"Nas últimas semanas vimos algum impulso a crescer. Mas, infelizmente, as coisas não avançaram na direção certa. Neste momento, estamos quase num impasse", disse o governante no Fórum Económico do Qatar, em Doha.
Mohamed bin Abderrahman indicou que o que aconteceu na cidade palestiniana de Rafah, no extremo sul do enclave -- onde tanques israelitas estão a avançar -- "fez retroceder um pouco [as negociações]".
O diplomata admitiu que tinha expectativa de alcançar "um acordo numa questão de dias", mas, acrescentou: "Não há clareza do lado israelita sobre como parar a guerra. Não creio que estejam a considerar isso como uma opção".
Sobre o seu papel de mediador, o primeiro-ministro referiu que, ainda que sem abandonar a mediação, mas nas últimas semanas fez uma reavaliação de atitude.
Na semana passada, o Hamas aceitou uma proposta de tréguas dos mediadores (Egito, Qatar e Estados Unidos) que apelava a uma pausa em três fases, de 42 dias cada, que levaria à troca de reféns por prisioneiros palestinianos nas prisões israelitas, bem como à retirada israelita de Gaza e a uma "calma sustentável".
O aumento da ajuda humanitária aos civis de Gaza, entre outros, foi outro dos pontos importantes em cima da mesa.
Após o anúncio do Hamas, decorreu no Cairo uma nova ronda de negociações entre todas as partes, incluindo Israel, mas estas conversações coincidiram com uma operação militar israelita em Rafah, na qual o Estado judaico assumiu o controlo do lado palestiniano da travessia daquela cidade que faz fronteira com o Egito.
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