"Uma caravana do Programa Alimentar Mundial (PAM) foi vítima de um ataque armado por elementos das Forças Democráticas de Libertação do Ruanda (FDLR)" na província do Kivu Norte, afirmou o ministério numa declaração, acrescentando que quatro pessoas foram raptadas na ocasião.
Uma destas quatro pessoas "foi encontrada" por soldados do exército congolês "que continuam a patrulhar a área", acrescentou a declaração.
"Os serviços de segurança e as autoridades provinciais não puderam fornecer quaisquer medidas especiais de segurança à caravana ou ajudá-los devido à falta de informação sobre a sua presença nesta parte do país, que é considerada instável", apontou o Ministério do Interior.
As autoridades congolesas adiantam que o embaixador italiano Luca Attanasio, 43 anos, foi "alvejado no abdómen" e "resgatado pelos guardas do Instituto Congolês para a Conservação da Natureza (ICCN)" no Virunga Park.
Foi então levado para o hospital da Missão das Nações Unidas no Congo (MONUSCO) em Goma, onde sucumbiu aos ferimentos.
O Governo congolês lamentou "esta tragédia" e assegurou que "nenhum esforço será poupado para restaurar a segurança" nesta região "alvo de grupos armados nacionais e estrangeiros" apoiados por beneficiários "da exploração ilegal dos recursos naturais".
Pela sua parte, o secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou à RDCongo para "investigar diligentemente" o ataque.
Também o Governo português condenou veementemente o ataque, pela voz do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, que o qualificou como "um ataque cobarde".
O ataque, que também matou um polícia e o condutor do carro em que viajavam, visou dois veículos do Programa Alimentar Mundial da ONU (PAM) e teve lugar em Kibumba, 25 quilómetros a nordeste de Goma, na província do Kivu Norte, numa área onde se situa o Parque Nacional da Virunga, na fronteira entre a RDCongo, o Ruanda e o Uganda, e onde operam vários grupos armados.
Attanasio, 43 anos, casado e com três filhas, tinha-se tornado chefe de missão em Kinshasa em setembro de 2017, onde estava a levar a cabo numerosos projetos humanitários.
Os outros dois mortos são o 'carabinieri' Vittorio Iacovacci, de 30 anos, e o condutor do carro, cuja identidade não foi revelada.
O nordeste da RDCongo está mergulhado há anos num longo conflito alimentado por dezenas de grupos rebeldes armados, nacionais e estrangeiros, apesar da presença do exército congolês e das forças de MONUSCO, que destacaram mais de 15.000 soldados para o país.