EUA consideram inaceitável que Irão suspenda cooperação com AIEA

Os Estados Unidos consideraram hoje inaceitável a decisão do Irão de suspender a cooperação com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), no seguimento do conflito no mês passado com Israel.

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Lusa
02/07/2025 20:23 ‧ há 5 horas por Lusa

Mundo

Israel/Irão

"Inaceitável que o Irão tenha optado por suspender a cooperação com a AIEA numa altura em que tem a oportunidade de inverter o rumo e escolher um caminho de paz e prosperidade", comentou aos jornalistas a porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, equivalente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros.

 

Nesse sentido, Tammy Bruce frisou que o Irão "deve cooperar" com a agência de supervisão das Nações Unidas.

O presidente iraniano, Massoud Pezeshkian, deu hoje a aprovação final à legislação que suspende a cooperação com a AIEA, dando sequência a uma votação anterior no parlamento.

Com esta aprovação, entrou em vigor a medida tomada após a guerra de 12 dias entre o Irão e Israel, durante a qual infraestruturas nucleares do Irão foram alvo de ataques aéreos israelitas e também dos Estados Unidos.

Em reação, o porta-voz do secretário-geral da ONU comentou que a suspensão da cooperação do Irão com a AIEA é "obviamente preocupante".

O secretário-geral, António Guterres, "tem sido consistente no seu apelo para que o Irão coopere com a AIEA", disse Stéphane Dujarric aos jornalistas.

Israel, pelo seu lado, apelou hoje ao chamado grupo E3 - França, Reino Unido e Alemanha - para reativar todas as sanções contra o Irão.

O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Saar, criticou o "anúncio escandaloso" do Irão, que descreveu como "uma renúncia total a todas as suas obrigações e compromissos nucleares internacionais".

Gideon Saar defendeu ainda que "a comunidade internacional deve agir decisivamente agora e utilizar todos os meios ao seu dispor para travar as ambições nucleares" iranianas.

O Governo iraniano acusa o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, de "obscurecer a verdade" com um "relatório tendencioso" e instrumentalizado pelo grupo E3 e pelos Estados Unidos para preparar a resolução aprovada a 12 de junho pelo Conselho de Governadores da AIEA, dando conta de que Teerão estava a violar as suas obrigações pela primeira vez em duas décadas.

No dia seguinte, em 13 de junho, Israel lançou uma série de ataques aéreos contra o Irão e seguiram-se 12 dias de fogo cruzado entre os dois países, a que se somou, no dia 22, um ataque surpresa dos Estados Unidos contra instalações nucleares iranianas.

Um cessar-fogo entrou em vigor na semana pasada, mas Israel e Estados Unidos continuam a colocar pressão sobre a República Islâmica para que cesse todos os planos de enriquecimento de urânio para produzir uma arma nuclear.

Teerão insiste que o seu programa de energia tem apenas usos civis e pacíficos.

O acordo nuclear de 2015 entre o Irão e as potências mundiais permitiu ao Irão enriquecer urânio a 3,67%, o suficiente para abastecer uma central nuclear, mas muito abaixo do limiar de 90% necessário para o fabrico de armamento.

O entendimento também reduziu as reservas de urânio do Irão, limitou a utilização de centrifugadoras e confiou à AIEA a tarefa de supervisionar o cumprimento das normas por parte de Teerão.

Em 2018, no exercício do seu primeiro mandato na Casa Branca, o presidente norte-americano, Donald Trump, retirou unilateralmente os Estados Unidos do acordo.

Desde essa altura, o Irão tem vindo a enriquecer urânio até 60%.

Leia Também: ONU considera "preocupante" decisão do Irão de suspender cooperação com AIEA

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