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Venezuela. Maduro acusa Espanha de falta de coragem para deter opositor

O Presidente venezuelano Nicolás Maduro acusou hoje Espanha de falta de coragem para deter o opositor Leopoldo Lopez, atualmente residente em Madrid, apesar de alegadas provas de delitos cometidos durante 20 anos na Venezuela.

Venezuela. Maduro acusa Espanha de falta de coragem para deter opositor
Notícias ao Minuto

21:33 - 17/02/21 por Lusa

Mundo Venezuela

"Aí estão as provas. São muitas. O que falta é coragem a Pedro Sánchez {presidente do Governo espanhol], no Governo de Espanha, e decisão para lutar contra o fascismo", disse.

Nicolás Maduro falava no palácio presidencial de Miraflores, em Caracas, durante uma conferência de imprensa em que acusou Madrid de proteger um prófugo da justiça venezuelana e acusou o ex-embaixador espanhol em Caracas, José Silva Fernández, de estar envolvido numa conspiração contra o seu Governo.

"Sobram as provas contra Leopoldo López, (mas) o Governo da Espanha faz ouvidos moucos, faz-se cego, mudo e surdo", disse Nicolás Maduro sublinhando "ter 20 anos de provas de golpismo" e acusou o opositor de ter participado no golpe de Estado de 11 de abril de 2002 e nas violentas manifestações promovidas pela oposição em 2014 e de que terão resultado 43 mortos.

"Leopoldo López sempre aparece. E, no golpe de 30 de abril (2020) (...) apareceu armado na porta de uma base militar em Caracas. Chamando, armado, a marchar ao palácio presidencial", disse.

Nicolás Maduro questionou se "para Espanha isso não é prova de que é um líder golpista protegido pelo Governo de Pedro Sánchez".

"Leopoldo López é um foragido da justiça, condenado por crimes hediondos cometidos no país e participante em todas as tentativas de golpe que ocorreram na Venezuela, nos últimos vinte anos", frisou.

Nicolás Maduro acusou ainda o político venezuelano asilado em Madri, de branquear dinheiro desde Espanha, sublinhando que os serviços de informação do Governo espanhol "têm todas as provas" disso.

"Têm (também) as provas que incriminam o (ex) embaixador (Jesus) Silva na sua fuga e em crimes como a (frustrada tentativa de) invasão da Venezuela, em 03 de maio (de 2020), a operação Gedeón", acusou.

Segundo o Presidente da Venezuela, "essa operação foi dirigida com a participação do embaixador Silva, como protetor, como correio pessoal para a impulsionar".

"São muitas as provas", frisou Maduro.

"Estão a proteger um fascista, um golpista e um criminoso que maneja milhões de dólares em paraísos fiscais e move dinheiro para lá e para cá. Vamos ver se residindo em Madrid o fisco espanhol o obriga a pagar impostos ou burlará também o sistema de impostos, como criminoso que é", disse.

Maduro questionou "de onde surgiram os milhões de dólares de Leopoldo López" e explicou que a administração de Donald Trump (ex-Presidente dos EUA) lhe entregou "1.200 milhões de dólares para o chamado 'governo interino'" que "dirigia deste a Embaixada de Espanha", dinheiro que "nunca chegou à Venezuela".

Leopoldo López, do partido opositor Vontade Popular (a que pertenceu o líder opositor Juan Guaidó) fugiu da Venezuela para Madrid, em finais de outubro de 2020, depois de deixar a residência do embaixador de Espanha em Caracas, onde estava como "convidado" desde 30 de abril de 2019, deixando depois o país "clandestinamente" através da fronteira com a Colômbia.

Em 10 de fevereiro último, pediu, num comunicado, que os EUA e a União Europeia (UE) sancionem simultaneamente os responsáveis por violações de direitos humanos na Venezuela, reiterando a necessidade do apoio internacional, tanto para enfrentar a "crise humanitária" sofrida pelos venezuelanos, como para conseguir eleições "livres" em seu país.

Político e economista, Leopoldo Eduardo López Mendoza, 49 anos, é coordenador do partido opositor venezuelano Vontade Popular.

Antes de se refugiar na embaixada, López fugiu da sua casa, onde permanecia em prisão domiciliária, e apareceu publicamente em Altamira (leste de Caracas) junto a Juan Guaidó e vários militares, apelando, sem sucesso, à população para sair às ruas a derrubar o Governo venezuelano.

Em 18 de fevereiro de 2014, Leopoldo López entregou-se às autoridades venezuelanas, depois de um tribunal de Caracas ordenar a sua prisão por alegadamente instigar à violência, por ser uma das pessoas que convocaram uma manifestação que terminou com três mortos e dezenas de feridos seis dias antes.

López foi para uma prisão militar, acusado por instigação pública, associação criminosa, danos à propriedade e incêndio, e acabou condenado em setembro de 2015 a quase 14 anos de prisão, que cumpria em domiciliária.

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