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Imigrante nos EUA está impaciente pela posse de Joe Biden

A imigrante nos Estados Unidos Katherine Shen, proveniente da América Latina, disse à Lusa que espera impacientemente a posse de Joe Biden como Presidente dos Estados Unidos, numa administração com mais representação de grupos imigrantes.

Imigrante nos EUA está impaciente pela posse de Joe Biden
Notícias ao Minuto

17:15 - 15/01/21 por Lusa

Mundo EUA/Eleições

Entre as pessoas que caminham nas ruas de Washington, rodeadas pelas medidas de vigilância de militares e polícias, Katherine Shen, de 23 anos, de máscara, confidenciou à Lusa, que representa "tudo aquilo que Trump odeia num imigrante": ser mulher, de ascendência chinesa e nascida na América Latina.

Vive há seis anos nos EUA e nos últimos quatro sentiu ser alvo de "muito ódio e muito desrespeito, não só pela administração, mas pelo povo e apoiantes" de Donald Trump, um Presidente que sempre "cultivou" esses comportamentos, na sua opinião.

Katherine faz parte de uma família de origem chinesa que viveu durante anos na América Latina.

Os pais também tiveram de se habituar a viver "sem muito entendimento e sem muita empatia" nos Estados Unidos, "especialmente durante a pandemia", com racismo e xenofobia misturados. "Estão entusiasmados por deixar de sentirem-se assim", partilhou a jovem.

Para Katherine Shen, apesar de ser imigrante e não ter direito a votar, "já faz tempo" desde que espera a mudança de administração e Presidência nos EUA.

Aliás, segundo disse, "já vem mais do que atrasado ter mais representação na Presidência, no Governo e nas posições altas de poder".

No dia 20, quando Joe Biden e Kamala Harris fizerem o juramento para Presidente e vice-Presidente dos EUA, Katherine Shen não tem ilusões: "não é o dia em que a discriminação vai acabar".

Mas por acreditar que serão "líderes que tentam avançar e cimentar o respeito", a população imigrante nos Estados Unidos vai chegar a um ponto em que pode dizer "estamos seguros e sentimo-nos bem neste país", disse.

Depois de "quatro anos a suportar esta administração" [de Donald Trump e Mike Pence], o ataque na semana passada por grupos de extrema-direita ao Capitólio foi ainda mais "impensável" e "assustador" para Katherine Shen.

As ameaças de violência persistem, pelo que a cidade de Washington já conta com mais de 20 mil militares da Guarda Nacional, segundo as últimas estimativas oficiais.

Ruas cortadas, grades à volta de uma grande área e numerosos policias e militares nas esquinas representam medidas "extraordinárias", mas que parecem necessárias e que podem dar mais confiança à população de estar protegida, considerou Katherine Shen.

A jovem disse ter-se sentido "orgulhosa de ser imigrante" quando Kamala Harris foi eleita vice-Presidente em novembro, ao lado do Presidente eleito Joe Biden e acrescentou que a vinda da primeira mulher negra para número dois da democracia americana "significa muito".

"É uma parte muito importante da representação, especialmente para as mulheres jovens, poderem ver alguém nas posições de poder mais altas e conseguir identificar-se e acreditar que podem chegar à mesma posição", declarou Katherine Shen.

Antes de continuar a caminhada na cidade de Washington, a chinesa disse ter esperança de "ainda estar na América daqui a dez anos" e ainda ser "bem-vinda na América".

A 30 de dezembro, Joe Biden e Kamala Harris atingiram o objetivo de nomear 100 elementos do pessoal que os vão acompanhar na Casa Branca, uma equipa predominantemente composta por mulheres e pessoas de minorias.

A equipa responsável pela transição entre administrações declarou de que 20% do pessoal nomeado são imigrantes de primeira geração e que 54% são elementos de minorias, enquanto 61% são mulheres.

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