Responsável por Crimes Eleitorais demite-se em desacordo com investigação
Richard Pilger sublinhou que trabalhou uma década num departamento "sem medo ou favor partidário".
© Jeff Roberson/Pool via REUTERS
Mundo Presidenciais nos EUA
O diretor da divisão de Crimes Eleitorais do Departamento da Justiça dos Estados Unidos, Richard Pilger, demitiu-se na sequência do anúncio da autorização do Procurador-Geral a investigações por "alegações substanciais" de irregularidades na contagem dos boletins de voto, apesar da falta de provas de fraude.
"Tomando conhecimento da nova política e das suas ramificações, e em linha com a melhor tradição do Prémio John C. Keeney para a Integridade Excecional e Profissionalismo (o reconhecimento departamental que mais estimo), tenho, lamentavelmente, de me demitir do cargo de diretor da divisão de Crimes Eleitorais", indicou Pilger num carta escrita aos colegas, à qual a NBC News teve acesso.
O responsável indicou que "foi um gosto" trabalhar mais de uma década "no cumprimento agressivo e diligente da lei eleitoral federal", uma prática "sem medo ou favor partidário".
Recorde-se que o Procurador-Geral dos Estados Unidos autorizou, na segunda-feira, investigações por alegadas irregularidades na contagem dos boletins de voto, antes da certificação das presidenciais de 3 de novembro. A decisão de William Barr surge dois dias depois de o candidato democrata, Joe Biden, ter derrotado o atual Presidente norte-americano e candidato republicano, Donald Trump, e aumenta as previsões de que o chefe de Estado vai utilizar o Departamento da Justiça para tentar impugnar o resultado eleitoral.
Richard Pilger indicou, na carta enviada aos colegas, que não pode concordar com a revogação de uma política em vigor há 40 anos, uma vez que, de acordo com a política do Departamento da Justiça, só se equaciona a investigação de eleições depois destas estarem concluídas, com os resultados serem certificados e todas as recontagens e concursos eleitorais concluídos.
William Barr, que é republicano e um aliado próximo de Donald Trump, estava a ser alvo de crítica pelos meios de comunicação ligados à ala conservadora por não apoiar o presidente nas suas alegações de fraude eleitoral e acabou, agora, por fazer avançar a investigação, indicando que a política do Departamento de Justiça nesta matéria está obsoleta.
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