"Ponham esta questão ao vosso Presidente: porque é que apoia a ofensa ao profeta de Deus, considerando-a como liberdade de expressão? [...] Esse ato estúpido não será antes uma ofensa à consciência de uma nação que o elegeu como Presidente?", questionou Khamenei, numa mensagem no seu portal e endereçada aos "jovens de França".
Na cerimónia de homenagem a Samuel Paty, professor de História decapitado próximo de Paris a 16 deste mês num atentado cometido por um islamita por ter mostrado aos seus alunos caricaturas do profeta, Macron prometeu que a França não renunciará aos seus valores.
As declarações do Presidente francês desencadearam manifestações em muitos países de maioria muçulmana, bem como apelos ao boicote à compra de produtos oriundos de França.
"A questão seguinte é: porque então duvidar do Holocausto é considerado crime? E porque é que alguém que escreve sobre esse assunto deve ser condenado à prisão, enquanto insultar o Profeta é um ato permissivo?", acrescentou o 'ayatollah' Khamenei.
Antes de Khamenei, o Presidente iraniano, Hassan Rohani, advertiu que insultar o profeta encoraja a "violência e os banhos de sangue".
Terça-feira, o Irão convocou o "número dois" da embaixada francesa em Teerão para apresentar uma nota de protesto contra as "declarações inaceitáveis das autoridades francesas".
Também hoje, em Teerão, centenas e pessoas manifestarem-se defronte da embaixada gaulesa na capital iraniana para protestar contra as declarações "islamófobas" de Macron, cuja fotografia foi queimada.
Os manifestantes empunharam cartazes em que Macron é caricaturado como um demónio e gritaram palavras de ordem como "morte à França", tal como, ao mesmo tempo, brandiam cânticos hostis contra os Estados Unidos e Israel.
Durante a manifestação os participantes pegaram fogo tanto a imagens de Macron como da bandeira francesa e exigiram a expulsão do embaixador francês de Teerão e um pedido de desculpa do chefe de Estado gaulês.