Irão, Jordânia e Líbia criticam palavras de Macron sobre caricaturas
O Irão, Jordânia e Líbia condenaram hoje as declarações do Presidente francês, Emmanuel Macron, relacionadas com a liberdade de expressão ligadas a caricaturas de cariz islâmicas, com Teerão a acusar a França de "alimentar o extremismo".
© Reuters
Mundo caricaturas com Maomé
Na rede social Twitter, o ministro dos negócios Estrangeiros iraniano, Mohammad Javad Zarif, acusou a França de "insultar 1.900 milhões de muçulmanos e respetivos elementos sagrados", por causa de "crimes horríveis de extremistas" e que constitui "um abuso oportunista da liberdade de expressão".
"Isso só alimenta o extremismo. Os muçulmanos são as primeiras vítimas do 'culto do ódio', caucionado por regimes colonialistas e divulgados pelos seus afiliados", referiu.
Quarta-feira passada, o discurso do Presidente francês durante uma homenagem nacional ao professor decapitado, Samuel Paty, num ataque islâmico a 16 deste mês por mostrar caricaturas do profeta Maomé na sala de aulas gerou revolta no mundo muçulmano.
Macron prometeu que a França continuará a defender a publicação das caricaturas em nome da liberdade de expressão.
Em Amã, o chefe da diplomacia jordana, Ayman Safadi, manifestou hoje à embaixadora francesa na Jordânia, Véronique Vouland, a "extrema deceção" pela reedição das caricaturas do profeta Maomé, após o assassínio de Paty.
"O ministro transmitiu à embaixadora francesa na Jordânia a sua extrema deceção pela reedição das imagens, porque os símbolos religiosos ofensivos alimentam a cultura de ódio, de violência, de extremismo e de terrorismo", lê-se num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros jordano.
"Safadi disse claramente à diplomata francesa que ofender o profeta Maomé e outros profetas com o pretexto da liberdade de expressão é inaceitável para a Jordânia", acrescenta-se no documento.
As declarações do Governo jordano acontecem no mesmo dia em que os centros comerciais e supermercados do país abriram hoje as portas com grande parte das estantes vazias por causa do boicote iniciado há vários dias por países de maioria muçulmana contra os anúncios e declarações de mácron.
Hoje, o Presidente turco, Recep Erdogan, exortou ao boicote aos produtos franceses, depois de questionar a "saúde mental" do seu homólogo francês duas vezes neste fim de semana.
Em Tripoli, o Governo de Acordo Nacional (GAN), reconhecido pelas Nações Unidas, denunciou "firmemente" as palavras de Macron, exigindo ao Presidente francês que apresente desculpas públicas.
"[O GAN, com sede em Tripoli,] denuncia com firmeza" as declarações de Macron, que "põem em causa as relações entre a França e o mundo muçulmano e alimentam sentimentos de ódio por ganhos políticos", indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros líbio.
Apoiado pela Turquia na luta entre poderes rivais líbios, o GAN apelou a Macron a "rever as declarações provocadoras" e a "apresentar desculpas a mais de 1.300 milhões de muçulmanos no mundo" (1.900 milhões segundo o Irão).
Segundo Tripoli, o "extremismo" que Macron utiliza como "pretexto" para insultar o profeta Maomé "não está ligado ao Islão, mas a grupos extremistas que usam o islamismo para realizar atos terroristas".
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