Troca de prisioneiros no Iémen é "avanço importante

O secretário-geral da ONU considerou hoje a operação de troca de mais de um milhar de prisioneiros entre os rebeldes Huthis e o governo no Iémen um "avanço importante" alcançado através do "diálogo e compromisso".

antonio guterres

© Getty Images

Lusa
16/10/2020 23:58 ‧ 16/10/2020 por Lusa

Mundo

Iémen

Para António Guterres, esta troca de prisioneiros é "um passo importante" e a "prova de que avanços importantes podem ser alcançados por meio de diálogo e compromisso", noticia a agência AP.

António Guterres, citado pelo porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, pediu ainda às partes envolvidas "para continuarem este caminho" e finalizarem uma declaração conjunta que inclua um cessar-fogo, medidas económicas e humanitárias, e o retomar das negociações políticas mediadas pela ONU para acabar com a guerra.

Este apelo foi também partilhado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, que saudou os compromissos de ambos os lados em negociar novas trocas de prisioneiros e enfatizou a necessidade de uma desaceleração dos combates.

Aquele órgão expressou ainda "profunda preocupação de que a fome seja uma perspetiva realista no Iémen este ano se as importações ou distribuição de alimentos forem interrompidas e o colapso económico continuar", agravado pela pandemia de covid-19 e praga de gafanhotos.

O Iémen é palco de uma guerra desde 2014, entre os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão, e as forças do Presidente Abd Rabbo Mansur Hadi, cujo governo está refugiado em Aden, capital "provisória", e que desde março de 2015 é apoiado por uma coligação militar internacional árabe, cujo principal pilar é a Arábia Saudita.

A guerra já causou dezenas de milhares de mortos, sobretudo civis, e provocou a pior crise humanitária do mundo, segundo a ONU.

A troca de prisioneiros, concluída hoje, foi classificada como "a maior desde o início do conflito", com um total de 1.081 prisioneiros a serem libertados ao abrigo de um acordo patrocinado pela ONU, segundo sublinhou o CICV.

A operação é vista como um primeiro sinal de progresso no processo de paz para acabar com um conflito que se arrasta há seis anos.

A troca de prisioneiros arrancou na quinta-feira com a libertação de mais de 700 detidos. Mais de 170 prisioneiros de guerra foram libertados hoje no processo patrocinado pela ONU sob a organização da Cruz Vermelha Internacional.

Esta operação resulta de um acordo concluído em setembro na Suíça com base nos compromissos assumidos pelos beligerantes em 2018 na Suécia. Na altura, o governo iemenita e os rebeldes acordaram trocar um total de 15.000 prisioneiros.

Desde então, as trocas de prisioneiros entre as duas fações têm ocorrido de forma esporádica.

 

 

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