Governo espanhol evita comentar inabilitação de Torra, PP pede eleições
O Governo espanhol disse hoje que "respeita as decisões judiciais", mas recusou fazer mais comentários sobre a confirmação da inabilitação do presidente do governo da Catalunha, Quim Torra, enquanto o líder da oposição pediu eleições na região.
© Reuters
Mundo Quim Torra
O Supremo Tribunal espanhol anunciou hoje a confirmação da inabilitação por um ano e meio do presidente do governo regional da Catalunha, Quim Torra, por desobediência à junta eleitoral central.
O acórdão, aprovado por unanimidade, obriga Torra a abandonar o cargo, durante um ano e meio, alegando que o presidente do governo regional desobedeceu de forma "persistente e obstinada" à junta eleitoral central, que garante a vigilância dos atos eleitorais em Espanha.
O Governo espanhol, liderado pelo socialista Pedro Sánchez, preferiu não fazer mais comentários, a não ser sublinhar o "respeito pelas decisões judiciais".
Já a líder do partido do Goberno (PSOE), Cristina Narbona, disse que este pode ser o início de "um novo tempo" para a Catalunha, embora reconheça que a decisão do Supremo Tribunal não muda "de forma alguma" a disposição de diálogo do Governo de coligação, que permanece intacta.
Numa conferência de imprensa, Narbona disse que, a partir da decisão judicial, Torra ficará impossibilitado de exercer o cargo, pelo que o diálogo terá de ser feito com "pessoas com poderes para tomar decisões".
Sobre a eventualidade de novas eleições regionais, Narbona disse que essa decisão compete a Torra, confiando que o presidente do governo da Catalunha "não prolongará injustificadamente" a crise institucional que "agrava o dia-a-dia dos cidadãos".
O líder do Partido Popular espanhol (direita), Pablo Casado, salientou que Quim Torra foi inabilitado graças a uma denúncia que o seu partido apresentou na junta central eleitoral e considerou que devem ser marcadas "imediatamente" novas eleições na Catalunha.
Numa mensagem na rede social Twitter, Casado destacou ainda que o "Governo deve garantir o cumprimento da pena e da ordem pública" na Catalunha.
Gracias a la denuncia del PP ante la Junta Electoral Central, Torra ha sido inhabilitado por el Tribunal Supremo. El Gobierno debe garantizar el cumplimiento de la sentencia y el orden público en Cataluña, donde se deben convocar elecciones de inmediato.https://t.co/ES0QWJTsxG
— Pablo Casado Blanco (@pablocasado_) September 28, 2020
Por sua vez, a presidente do partido Cidadãos, Inés Arrimadas, defendeu que, com a inabilitação de Quim Torra, "se fez justiça" e "conquistou-se liberdade", lembrando o papel do seu partido na denúncia sobre a presença de faixas de apoio a presos pelo processo político, que esteve na origem da decisão judicial.
Quim Torra admitiu o ato de desobediência, durante o julgamento, declarando que não acatou a ordem da junta eleitoral que o obrigara a retirar as faixas de apoio aos presos do processo político que haviam sido colocadas em prédios públicos, durante o período eleitoral.
"Os espaços públicos são de todos e um dirigente político não pode contornar as leis, inundando-os de propaganda separatista", disse Arrimadas, no Twitter.
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