"Parecia uma missão impossível acabar com o surto de Ébola, e termos conseguido é um sinal de que até as mais desafiantes epidemias podem ser controladas", disse Matshidiso Moeti, durante uma conferência de imprensa virtual sobre as lições aprendidas no combate ao Ébola e como podem ser direcionadas para combater a covid-19.

"Depois de dois anos de preparação contra o Ébola, a República Democrática do Congo e nove vizinhos regionais têm mais capacidades para lidar com emergências de saúde", disse a responsável da OMS para África, salientando que "é fundamental continuar a haver vigilância e haver uma colaboração entre toda a sociedade na prevenção e na resposta, porque ao trabalharmos juntos vamos conseguir derrotar a covid-19".

Entre as principais lições que foram aprendidas com o surto de Ébola, Matshidiso Moeti salientou a capacidade de implementar inovações em tempo de crise e a capacidade de adaptação que os países demonstram.

"Aprendemos a inovar durante a emergência de Ébola, encontrámos uma nova vacina e novos tratamentos e podemos aprender ao mesmo tempo que tratamos, e vimos também a importância da resiliência dos sistemas de saúde, o que nos mostrou que temos de investir nos sistemas de saúde quando não há pandemia, isso faz uma enorme diferença na capacidade de implementar ações para conter a pandemia", concluiu Matshidiso Moeti.

A 11.ª epidemia de Ébola na RDCongo foi declarada em 01 de junho em Mbandaka, capital da província de Equateur, que já tinha sido afetada por uma epidemia anterior de Ébola entre maio e julho de 2018, com 33 mortes.

A décima epidemia de Ébola ainda está em curso na região do Beni (Kivu do Norte), no Leste. Desde agosto de 2018, registou 2.280 mortes. O fim desta epidemia deverá ser declarado em 25 de junho, após uma contagem decrescente de 42 dias, sem novos casos.

Mais de 300 mil pessoas foram vacinadas no leste da RDCongo, onde foram utilizadas duas doses de vacina não submetida a licenciamento.

O número de mortos em África devido à covid-19 subiu para 8.856, mais 238 nas últimas 24 horas, em cerca de 336 mil casos, segundo os dados mais recentes sobre a pandemia no continente.

A pandemia de covid-19 já provocou quase 479 mil mortos e infetou mais de 9,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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