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Protesto marcado por momentos de tensão em Downing Street

O protesto realizado hoje em Londres pela morte do afro-americano George Floyd nos Estados Unidos foi marcado por momentos de tensão entre manifestantes e a polícia junto da residência oficial do primeiro-ministro britânico, em Downing Street.

Protesto marcado por momentos de tensão em Downing Street
Notícias ao Minuto

19:58 - 03/06/20 por Lusa

Mundo Floyd

Pelo menos duas pessoas abordaram de forma intempestiva os agentes policiais que patrulham aquela rua, fechada ao tráfego por um portão metálico, e um polícia foi agredido, segundo imagens divulgadas pela estação britânica Sky News e citadas pelas agências internacionais.

Segundo as mesmas imagens, cerca de 30 polícias, vestidos com o uniforme policial habitual e sem equipamento de proteção especial, formaram uma barreira para conter uma multidão de várias centenas de pessoas que se aglomeravam na Avenida Whitehall, junto a Downing Street, exibindo cartazes com a frase "Black Lives Matter" ("As Vidas Negras Importam", na tradução em português).

Horas antes, milhares de pessoas tinham estado concentradas, apesar das restrições impostas pela pandemia da doença covid-19, no centro da capital britânica, junto à zona de Hyde Park, para condenar, expressar solidariedade e para exigir justiça na sequência da morte de George Floyd na semana passada na cidade norte-americana de Minneapolis.

Durante o protesto, alguns polícias londrinos ajoelharam-se quando a manifestação passou, num sinal de solidariedade para com as reivindicações dos manifestantes.

Junto a Downing Street, nenhum dos agentes policiais presentes no local se juntou à multidão quando esta se ajoelhou.

A polícia também cercou o Cenotáfio, um monumento em memória dos soldados britânicos mortos em combate, quando alguns manifestantes tentaram escalar a estrutura, antes de a multidão começar a dispersar-se pela Avenida Whitehall.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse hoje, numa "mensagem" dirigida ao Presidente norte-americano, Donald Trump, que o racismo "não tem lugar" nas sociedades.

"A minha mensagem ao Presidente Trump, a qualquer pessoa nos Estados Unidos, e no Reino Unido, é que o racismo, a violência racista, não tem lugar nas nossas sociedades e estou certo de que esta é uma opinião amplamente partilhada em todo o mundo", declarou Boris Johnson.

Antes, durante o debate semanal realizado hoje na Câmara dos Comuns (câmara baixa do Parlamento britânico), Boris Johnson já tinha considerado como "chocante e imperdoável" a morte de George Floyd, mas evitou criticar Donald Trump pela forma como tem lidado com os protestos desencadeados pela morte do afro-americano.

George Floyd, um afro-americano de 46 anos, suspeito pela polícia de falsificar uma nota de 20 dólares (18 euros), morreu, em 25 de maio, quando foi detido em Minneapolis (estado do Minnesota).

De acordo com imagens que já percorreram o mundo, um agente policial branco manteve-o imobilizado no chão, ajoelhado sobre o seu pescoço durante quase nove minutos, enquanto Floyd dizia que não conseguia respirar.

Desde a divulgação das imagens da detenção de George Floyd nas redes sociais, têm-se sucedido protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas (e também em algumas cidades europeias), algumas das quais foram palco de confrontos com a polícia e de atos de destruição e de pilhagem.

Em várias dezenas de cidades norte-americanas, incluindo em Washington e em Nova Iorque, foi decretado um recolher obrigatório.

Há registo de milhares de detenções, de várias vítimas mortais e de vários agentes da polícia alvejados.

Na segunda-feira, numa declaração feita a partir da Casa Branca, Donald Trump afirmou ser o "Presidente da ordem e da lei", ameaçando mobilizar as forças militares para acabar com a violência nas ruas.

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