"A decisão da China de impor a nova lei sobre a segurança em Hong Kong entra em contradição direta com as obrigações internacionais segundo os princípios da declaração conjunta assinada pela China e o Reino Unido, legalmente vinculativa e registada junto da ONU", declararam os chefes da diplomacia dos quatro países em comunicado comum, no qual exprimem "profunda inquietação".
A lei em questão "limitaria as liberdades da população de Hong Kong e degradaria de forma dramática a autonomia e o sistema que a tornaram tão próspera", lê-se no texto.
Na perspetiva das quatro diplomacias, esta lei permite a possibilidade de "perseguições por razões políticas".
Os países signatários assinalam ainda a sua "extrema inquietação" por um agravamento das "divisões no interior da sociedade de Hong Kong" e apelam a Pequim a "trabalhar com o povo de Hong Kong para encontrar uma solução aceitável para as duas partes".
Sem surpresa, os cerca de 3.000 deputados da Assembleia nacional popular aprovaram hoje por expressiva maioria a medida, que já motivou um aumento da tensão nesta região autónoma do sul da China.
A proposta recebeu 2.878 votos a favor, um contra e seis abstenções.
Pequim fez desta lei uma prioridade após as grandes manifestações de 2019 contra o poder central, que degeneraram em violências e fomentaram o sentimento independentista.
Os opositores democratas à influência de Pequim no território afirmam que a medida abre caminho a uma regressão sem precedentes das liberdades na metrópole financeira de sete milhões de habitantes.