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HRW condena Malásia por impedir que refugiados desembarquem no país

A organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch condenou hoje a Malásia por impedir que barcos com pessoas de minoria muçulmana rohingya atracassem no sábado no país por temer que estivessem contaminados com covid-19.

HRW condena Malásia por impedir que refugiados desembarquem no país
Notícias ao Minuto

13:15 - 18/04/20 por Lusa

Mundo HRW

Para a organização de defesa dos direitos humanos de Nova Iorque, a pandemia causada pelo novo coronavírus não justifica, e não pode servir de desculpa para que a Malásia impeça que os barcos em perigo acedam ao país, colocando em risco a vida dos refugiados.

Na sexta-feira, a Força Aérea malaia anunciou que tinha impedido um barco com cerca de 200 pessoas da minoria muçulmana rohingya a bordo de atracar no país por temer que estejam contaminados pelo novo coronavírus.

De acordo com o diretor da Human Rights Watch para a Ásia, Phil Robertson, citado pela agência de notícias Associated Press (AP), "as afirmações da Malásia de apoio aos direitos dos rohingyas significam muito pouco quando empurram os refugiados desesperados para o mar".

"A pandemia de covid-19 não é justificação para colocar a vida de refugiados em barcos sobrelotados", defendeu.

De acordo com a AP, na quarta-feira a guarda costeira do Bangladesh resgatou um barco com 382 refugiados rohingya a bordo que tinha sido afastado pela Malásia semanas antes, tendo morrido, pelo menos, 30 pessoas.

As autoridades malaias de segurança defenderam a decisão de impedirem que o barco atracasse com a preocupação de que os refugiados possam ter sido expostos ao novo coronavírus.

As associações de direitos humanos temem que um grande número de refugiados rohingya, membros de uma minoria muçulmana perseguida em Myanmar (ex-Birmânia), estejam atualmente presos no mar sem poderem atracar.

Esses incidentes lembram a crise de 2015, quando milhares de rohingya foram abandonados no mar por contrabandistas, e um grande número deles morreu ao tentar chegar ao sudeste da Ásia.

A Malásia havia admitido alguns barcos de rohingyas desde a crise de 2015. No início de abril, 202 refugiados que chegaram de barco atracaram em Langkawi e foram detidos.

Este último desenvolvimento sugere que Kuala Lumpur mudou a sua atitude e agora quer fechar as suas fronteiras aos rohingyas.

Devido à pandemia do novo coronavírus, a Malásia estabeleceu uma contenção rigorosa em todo o país, onde mais de 5.000 casos de contágio e 80 mortos foram registados.

A cada ano, milhares de rohingyas tentam fugir por via marítima para países do sudeste da Ásia a bordo de barcos precários e lotados, na esperança de uma vida melhor. Muitos deles desejam viver na Malásia, um país relativamente rico, com maioria muçulmana.

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