Pesadelo logístico já começou mas pior está para vir
O maior funeral de Estado da história exige o maior batalhão de jornalistas de sempre e, por isso, no domingo, qualquer repórter esperou entre cinco e sete horas para obter o cartão para cobrir o acontecimento.
© Lusa
Mundo Mandela
O pavilhão onde decorre o processo de acreditação dos media, num local remoto, sem água nem comida, muito menos casas de banho, abriu às 10:00 (08:00 em Lisboa) e, quando às 23:00, os jornalistas da Lusa o abandonaram, após terem demorado cinco e horas e meia a serem credenciados, ainda se encontravam no recinto centenas de outros profissionais de muitos países.
As longas filas não afetaram, contudo, os jornalistas norte-americanos que se dirigiam diretamente ao balcão e conseguiam em pouco tempo as credenciais, num processo de exceção semelhante ao que vai acontecer com o seu Presidente, Barack Obama.
O chefe de Estado norte-americano é um dos poucos, senão o único, que, na terça-feira, dia da homenagem mundial a Mandela, poderá pernoitar em Joanesburgo - aos restantes chefes de Estado, e já há dezenas de confirmações de presenças, foi-lhes pedido que partissem no mesmo dia.
O Presidente português, Cavaco Silva, deverá aterrar em Joanesburgo às 11:00 de terça-feira, após ter passado uma noite no avião, assistir ao cerimonial no Estádio FNB, junto ao Soweto, e pelas 19:00 regressar de novo a Lisboa, dormindo a segunda noite consecutiva a bordo, de acordo com projeções relatadas à Lusa.
Joanesburgo, prepara-se para uma terça-feira marcada por cortes de estradas e passagem de dezenas de caravanas presidenciais, que obrigarão a grandes esforços os muitos milhares de pessoas que querem despedir-se de Mandela no estádio, nos arredores da cidade, e à paralisação de grande parte da vida da mais importante e rica cidade africana,
Os cortes de estrada começam às 00:00 de terça-feira, e alguns prolongam-se até à manhã de quarta-feira.
Três outros estádios - Orlando, Ellis Park e Dobsonville - foram preparados para receberem os que, querendo assistir ao vivo ao memorial, não o conseguem fazer no FNB Stadium.
O governo sul-africano anunciou a instalação de 90 ecrãs gigantes em todo o país para o acompanhamento popular das cerimónias que se realizam na terça-feira em Joanesburgo.
Nelson Mandela, que morreu no dia 05 de dezembro, será enterrado no domingo, 15, em Qunu, numa cerimónia privada, mas para a qual já se credenciariam centenas de jornalistas e se instalou um impressionante circo mediático na pequena localidade da província do Cabo Oriental.
O histórico líder do ANC e primeiro Presidente negro da África do Sul domina totalmente a vida do país, com mensagens de adeus nas máquinas de multibanco e nas mensagens dos telemóveis, e excertos de seus discursos ou fotografias históricas nas vitrinas de muitas lojas.
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