O Presidente afegão, Ashraf Ghani, anunciou na quarta-feira que fora informado pelo secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, de "notáveis progressos" nas negociações com os grupos extremistas talibãs, o que o chefe da diplomacia dos EUA confirmou aos jornalistas, durante uma viagem para participar numa reunião da NATO que decorreu em Bruxelas, na quarta-feira e hoje.
Nessa reunião, Mark Esper confirmou o estabelecimento de uma trégua com os talibãs, sem dizer quando entraria em vigor.
"Os Estados Unidos e os talibãs negociaram uma proposta de redução da violência por sete dias", disse Esper, numa conferência de imprensa.
"Sempre dissemos que a melhor, senão a única, solução para o Afeganistão é um acordo político. Houve progresso nessa frente e em breve teremos mais informações sobre isso, espero", acrescentou o chefe do Pentágono.
Embora Esper não tenha referido uma data para a trégua, uma fonte talibã confirmou que a redução de violência deve começar já na sexta-feira.
"Pensamos que sete dias, neste momento, são suficientes, mas, de qualquer forma, a nossa abordagem a este processo será baseada em condições, repito, em condições", disse Esper.
"Portanto, será um processo contínuo de avaliação à medida que avançarmos, se avançarmos", adiantou o chefe do Pentágono, que recebeu o apoio da NATO nesta manobra diplomática
"Apoiamos os esforços dos Estados Unidos nas negociações com os talibãs", disse o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, à margem da reunião de ministros da Defesa da organização.
"Contudo, os talibãs devem demonstrar vontade e capacidade real de reduzir a violência", alertou Esper.
Washington e os insurgentes talibãs têm mantido negociações, há mais de um ano, procurando terminar um conflito que se tornou o mais longo da história dos Estados Unidos.
Citando autoridades afegãs e norte-americanas, o jornal The New York Times noticiou hoje que o Presidente norte-americano, Donald Trump, concordou condicionalmente com um acordo com os talibãs, para permitir o início da retirada de tropas dos EUA.