Sudão do Sul indulta 30 prisioneiros, incluindo ativista Peter Biar Ajak
O Presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, indultou 30 prisioneiros, incluindo o ativista de direitos humanos Peter Biar Ajak, condenado a dois anos de prisão por espionagem, noticiaram hoje as agências internacionais.
© Reuters
Mundo Sudão do Sul
Peter Biar Ajak, economista formado nos Estados Unidos e condenado, em junho, por espionagem por ter concedido entrevistas a órgãos de comunicação estrangeiros, é um dos nomes que constam do decreto presidencial, datado de 01 de janeiro e citado pelas agências.
O indulto de Peter Biar Ajak foi confirmado, na quinta-feira, pela esposa do economista, Nyathon Hot Mai, através da sua conta na rede oficial Twitter.
"O meu marido @AjakPeter acabou de ser libertado por ordem de um decreto presidencial", escreveu Nyathon Hot Mai.
No entanto, hoje, um porta-voz da prisão de Juba onde o economista estava detido, o general Anthony Oliver Legge, precisou, em declarações à agência de notícias France-Presse, que os prisioneiros não tinham ainda deixado as celas.
"Aguardamos o documento do Ministério da Justiça e só depois disso serão libertados", disse, explicando ser um "procedimento normal" a concessão de indultos presidenciais a prisioneiros em ocasiões especiais como o Natal ou o Ano Novo.
Peter Biar Ajak foi preso em julho de 2018 e detido por oito meses pelos Serviços de Informações, sem acusação e com contactos limitados com o exterior.
Biar, que preside a várias organizações de direitos humanos e trabalhou para o Banco Mundial, conseguiu dar uma entrevista à rádio pública norte-americana Voz da América, tendo sido a entrevista considerada um ato de espionagem.
Entre os indultados, está também o empresário e filantropo Kerbino Wol Agok, condenado no mesmo processo a 13 anos de prisão por terrorismo, espionagem e insurreição.
Peter Biar Ajak foi preso depois de exigir que o Presidente Kiir e o líder rebelde Riek Machar se afastassem da liderança do país, responsabilizando-os por terem mergulhado o Sudão do Sul num conflito que já causou mais de 380 mil mortes e provocou uma catástrofe humanitária.
A sua detenção foi condenada pelos Estados Unidos, que reclamava a sua libertação.
O Sudão do Sul, que ganhou a independência do Sudão em 2011 com o apoio de Washington, seu maior doador, mergulhou numa guerra civil dois anos depois, quando Salva Kiir acusou Riek Machar, seu ex-vice-Presidente, de fomentar um golpe de Estado.
Os dois líderes assinaram um acordo de paz em Adis Abeba, em setembro de 2018, que inclui a partilha do poder. Mas as negociações para a sua implementação estão a avançar muito lentamente e o prazo para a formação de um Governo de unidade nacional foi adiado para 20 de fevereiro.
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