Principal partido islâmico da Argélia aceita dialogar com presidente
O Movimento da Sociedade pela Paz, principal partido islâmico na Argélia, respondeu hoje favoravelmente à oferta de diálogo do novo presidente Abdelmadjid Tebboune para reformar o Estado, indicou o MSP num comunicado.
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Mundo Argélia
O MSP fará "parte do processo de diálogo para contribuir para as reformas" e irá propor ideias e dar sugestões, indicou o seu presidente Abderrazak Makri no comunicado recebido pela Agência France Prece.
"O nosso dever nacional e o dever dos outros é de dar ao novo presidente a hipótese de sem bem-sucedido (...), o seu sucesso é no interesse da Argélia e dos argelinos, tenham participado ou não nas eleições, tenham votado por ele ou não", adiantou Makri.
No seu discurso de início de funções, a 19 de dezembro, o presidente Tebboune, eleito uma semana antes num escrutínio com uma abstenção recorde (60%), apelou a "virar a página das divergências e da divisão".
Afirmou ainda estender "a mão a todos" para "responder às reivindicações populares" no sentido de "construir uma nova República".
A Argélia é palco desde 22 de fevereiro de um movimento ("Hirak") inédito de contestação popular do regime que dirige o país desde a sua independência em 1962. Este movimento sem uma estrutura formal marginalizou os partidos políticos.
Após ter conseguido em abril a demissão do presidente Abdelaziz Bouteflika, no poder há 20 anos, o "Hirak" exige instituições de transição encarregadas de reformar o Estado e desmantelar o "sistema" no poder e opôs-se às presidenciais decididas pelo "sistema" para eleger um sucessor de Bouteflika e acabar com a crise.
O MSP não apresentou candidato às eleições e não apoiou nenhum deles, considerando que "não foram respeitados os pré-requisitos, nomeadamente a transparência da eleição e a satisfação das reivindicações do 'Hirak'".
Principal partido da oposição no Parlamento (34 deputados em 462), o MSP, ligado à Irmandade Muçulmana, foi desde 2004 membro da aliança presidencial que apoiava o presidente Bouteflika.
Makri precisou hoje que o seu partido não tinha sido consultado para a formação do governo, da qual Tebboune encarregou Abdelaziz Djerad, nomeado no sábado primeiro-ministro.
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