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China nomeia primeiro representante para Assuntos Europeus

O Governo chinês anunciou hoje a nomeação do veterano diplomata Wu Hongbo para primeiro Representante Especial para os Assuntos Europeus do país, visando "fortalecer a comunicação, coordenação e cooperação com a Europa".

China nomeia primeiro representante para Assuntos Europeus
Notícias ao Minuto

10:52 - 01/11/19 por Lusa

Mundo Diplomacia

"Esperamos avançar ainda mais as nossas relações com esta nomeação", afirmou o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros Geng Shuang.

"A China e a Europa partilham interesses comuns e um consenso na defesa do multilateralismo, livre comércio e uma economia mundial aberta", descreveu.

Wu, um antigo vice-secretário geral do Departamento para os Assuntos Económicos e Sociais das Nações Unidas e ex-embaixador chinês na Alemanha e nas Filipinas, vai "ajudar o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China nos Assuntos Europeus, promover o intercâmbio entre os dois lados e trabalhar para uma colaboração pela paz, crescimento, reforma e civilização", acrescentou o porta-voz.

Outrora dominada por questões comerciais, a relação entre a China e a UE assume hoje crescente complexidade, à medida que Pequim reclama um papel mais central na governação dos assuntos globais, estendendo a sua influência ao sul e leste do continente.

No quadro diplomático da UE, a China passou este ano de um "parceiro estratégico" para um "parceiro de negociação".

Um documento produzido pela Comissão Europeia, em abril passado, lembrou que o gigante asiático "não pode mais ser visto como um país em desenvolvimento".

O texto reafirmou a "parceria" com a China, mas classificou também o país como um "rival económico" e um "adversário sistémico", que "promove modelos alternativos de governação", apelando para ações conjuntas para lidar com os desafios tecnológicos e económicos colocados pela sua ascensão.

Em abril passado, durante a cimeira China - União Europeia (UE), a China comprometeu-se a tratar reciprocamente as empresas de países europeus que investem e operam no seu território e a fazer mais esforços para cumprir os padrões internacionais no uso de subsídios industriais.

A UE é o maior parceiro comercial do país asiático e este é o segundo maior parceiro do bloco europeu: as trocas comerciais superam os 1.500 milhões de euros por dia.

No entanto, grupos empresariais europeus reclamam maior acesso ao mercado chinês e propõem mesmo medidas protecionistas em retaliação, caso Pequim continue a adiar reformas prometidas.

As políticas industriais e para o setor tecnológico da China resultaram já numa prolongada guerra comercial com os Estados Unidos, que impuseram taxas alfandegárias adicionais sobre centenas de milhares de milhões de dólares de bens oriundos do país asiático.

A China tem tentado recrutar os países europeus como aliados na guerra comercial, mas Paris e Berlim ecoam também as reclamações dos EUA sobre o restrito acesso ao mercado chinês e a política de Pequim para o setor tecnológico, apesar de se oporem às táticas do líder norte-americano, Donald Trump.

As negociações China - União Europeia sobre um acordo abrangente para o investimento arrastam-se há mais de cinco anos. Os dois lados esperam concluir o acordo até ao final do próximo ano.

Berlim e Paris têm também alertado para as aquisições por empresas chinesas em setores estratégicos, incluindo em Portugal.

Questões ambientais e de cibersegurança ou endividamento excessivo de alguns países que aceitam empréstimos chineses para financiarem infraestruturas, no âmbito da iniciativa chinesa 'uma faixa, uma rota', são outros motivos de fricção.

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