Kosovo ausente de cimeira depois de declarações do Presidente checo
O Kosovo rejeitou participar numa cimeira regional que se realiza esta quinta-feira em Praga, informaram hoje responsáveis checos, após as declarações do Presidente da República Checa que classificou os líderes da antiga província sérvia de "criminosos de guerra".
© Reuters
Mundo Kosovo
"O Kosovo enviou hoje uma nota a pedir desculpa pela sua ausência", revelou Jana Adamcova, porta-voz do Governo checo.
A cimeira de quinta-feira visa fortalecer os laços entre os quatro países do Grupo de Visegrado (República Checa, Hungria, Polónia e Eslováquia) e a Albânia, Bósnia e Herzegovina, Montenegro, Macedónia do Norte e Sérvia, todos à procura de laços mais estreitos com a União Europeia.
Na terça-feira, o presidente checo, Milos Zeman, disse que gostava da Sérvia, mas não do Kosovo, e hoje admitiu perguntar ao governo "se é possível rever o reconhecimento do Kosovo" pela República Checa, de acordo com um mensagem publicada numa rede social do seu porta-voz, Jiri Ovcacek.
No decurso de uma conferência conjunta com o seu homólogo sérvio Aleksandar Vucic, o Presidente checo esclareceu que não pode revogar o reconhecimento por Praga da independência do Kosovo, mas que pretende colocar a questão.
"Um estado governado por criminosos de guerra não tem lugar numa comunidade de países democráticos", acrescentou Zeman, conhecido pela sua simpatia pela Rússia e China.
O ex-primeiro ministro do Kosovo Ramush Haradinaj, ex-comandante dos rebeldes de origem albanesa que lutaram contra a Sérvia no final dos anos 90, demitiu-se em julho para comparecer perante um tribunal especial em Haia, que investiga os crimes de guerra da época.
O ministro das Relações Exteriores da República Checa, Tomas Petricek, indicou hoje que Praga não tem nenhum interesse em mudar a sua decisão de 2008 de reconhecer o Kosovo como um país independente.
"Nós reconhecemos o Kosovo 'de jure' ('pela lei') em 2008 e é do interesse da nossa segurança e da transparência da nossa política externa não mudar isso", sublinhou o responsável à agência de notícias francesa France Presse.
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