David Makhura, que é político do Congresso Nacional Africano (ANC, sigla em inglês), partido no poder desde a queda do Apartheid em 1994, falava à imprensa durante uma visita na manhã de hoje ao bairro de Alexandra, nordeste de Joanesburgo, bastião eleitoral do ANC, e onde residem também muitos moçambicanos.
"É muito claro que alguns deles são sindicatos criminosos bem organizados porque se pode ver como invadem as lojas e o que procuram", adiantou.
Makhura, acompanhado pela ministra da segurança comunitária provincial, Faith Mazibuko e pelo comissário da polícia provincial, Elias Mawela, escusou-se no entanto a identificar os "sindicatos de crime organizado" que alegou estarem na génese dos tumultos, pilhagens e violência pública que transformou nos últimos dias diversas áreas metropolitinas em autênticas "zonas de guerra".
Segundo a Polícia, o bairro informal de Alexandra, vizinho a Sandton, sede da bolsa de valores de Joanesburgo e de diversas multinacionais a operar no continente africano, foi também alvo, na noite de segunda e madrugada do dia hoje, de saques e alegados ataques de origem criminosa idênticos à violência pública registada no centro e arredores da cidade Joanesburgo, Ekurhuleni e Tshwane (Pretória).
O governante do ANC sublinhou que estas ações "não podem ser justificadas pelo desemprego ou por pessoas insatisfeitas. Somos uma democracia e temos que garantir o respeito pela lei e garantir a segurana de todos, incluindo dos estrangeiros que se encontrem legalmente no nosso país".
A polícia sul-africana confirmou a detenção de uma centena de suspeitos desde o fim de semana e a morte de quatro pessoas, três das quais carbonizadas e uma baleada no centro de Joanesburgo.
A polícia escusou-se a revelar a nacionalidade dos detidos e o número de efectivos policiais destacados no combate à recente violência pública.