Senadores reúnem-se para decidir sobre crise política em Itália
Os senadores italianos reúnem-se hoje à tarde para uma primeira decisão sobre o futuro do Governo de Giuseppe Conte, quatro dias depois de a Liga (extrema-direita) de Matteo Salvini ter dado a coligação como finda e exigido eleições antecipadas.
© Reuters
Mundo Itália
Os líderes dos grupos parlamentares da câmara alta reúnem-se a partir das 16h00 locais (15h00 em Lisboa).
Em cima da mesa vai estar a moção de censura ao primeiro-ministro apresentada pela Liga, que os parlamentares têm de decidir quando será submetida a votação no parlamento, atualmente em férias parlamentares. As regras determinam que uma decisão seja tomada no prazo de 10 dias.
O sistema italiano prevê que a moção seja votada primeiro na câmara alta, uma vez que a nomeação de Giuseppe Conte foi aprovada primeiro no Senado, quando foi formada, há 14 meses, a coligação de governo entre a Liga e o Movimento 5 Estrelas (M5S, antissistema).
Se a moção for aprovada, o executivo cai sem que seja obrigatório submete-la a votação na Câmara dos Deputados.
Nesse cenário, Conte deve apresentar a demissão ao Presidente da República, Sergio Mattarella, que o encarregará de se manter à frente do executivo por mais alguns dias, enquanto procede a consultas.
Mattarella convocará os presidentes das duas câmaras e os líderes dos partidos políticos com representação parlamentar, assim como o seu antecessor no cargo, Giorgio Napolitano.
Geralmente as consultas são concluídas em dois ou três dias.
Se constatar, como parece ser o caso, que não há uma maioria parlamentar em volta de um representante político, decidirá pela dissolução do parlamento.
Segundo os 'media' italianos, isso poderá ocorrer por volta de 26 de agosto. A partir desse momento, a Constituição determina que sejam realizadas eleições no prazo máximo de 70 dias.
Em paralelo, Matteo Salvini, líder da Liga, vice-primeiro-ministro e ministro do Interior, e Luigi di Maio, líder do M5S e também vice-primeiro-ministro, convocaram os respetivos grupos parlamentares para reuniões hoje.
Salvini quer fazer cair o governo o mais tardar até 20 de agosto para forçar o Presidente a convocar eleições legislativas antecipadas para finais de outubro, aproveitando um momento político em que as sondagens lhe atribuem 36% a 38% das intenções de voto.
Numa entrevista publicada hoje pelo diário Giornale, Salvini afirma que não se candidatará sozinho e que vai encontrar-se "nas próximas horas com (Silvio) Berlusconi e (a líder do partido de extrema-direita Irmãos de Itália, Georgia) Merloni" para "propor-lhes um pacto" eleitoral.
Uma aliança com a Força Itália (FI, centro-direita) de Berlusconi e o FdI de Merloni, partidos a que as sondagens atribuem 6% a 8% das intenções de voto, permitiria à Liga de Salvini alcançar uma maioria.
Com a crise política aberta pela Liga, vários setores mobilizam-se contra a realização de eleições antecipadas.
Di Maio apelou ao parlamento para aprovar, antes que qualquer eleição, a proposta do M5S de redução do número de deputados dos atuais 950 para 605 e o fundador do partido, o humorista Beppe Grillo, anunciou o seu apoio a Di Maio apelando para "uma frente republicana" para impedir "os bárbaros" de chegar ao poder.
Já o ex-primeiro-ministro socialista Matteo Renzi defende uma linha contrária à da atual liderança do seu Partido Democrático (PD) e propõe, para impedir "a entrega à direita fascista do futuro das crianças", um "governo institucional", provisório, formado por ministros do M5S e apoiado pelo PD e outros partidos, que permita adotar o Orçamento do Estado para 2020, o qual tem de ser enviado a Bruxelas até 15 de outubro.
O atual líder socialista, Nicola Zingaretti, recusa qualquer aliança com o M5S.
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