Extrema-direita alemã elege Verdes como principal adversário político
Os Verdes tornaram-se o principal adversário político do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), afirmou hoje o líder daquela força eurocética, em reação aos resultados das eleições europeias e à "onda ecologista" que marcou o escrutínio.
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Mundo Europeias
"São os nossos principais adversários, devemos levá-los muito a sério, devemos levar muito a sério um adversário com tal resultado", declarou Jörg Meuthen, líder da AfD.
O partido de extrema-direita conseguiu nas europeias de domingo 11% dos votos (11 eurodeputados), muito atrás da formação ecologista que alcançou 20,50% dos votos (20 eurodeputados), segundo os dados finais disponibilizados pelo Parlamento Europeu (PE).
Para explicar a discrepância, Jörg Meuthen argumentou que a AfD foi percebida "de modo erróneo" quando abordou a temática ambiental.
Segundo o político, isso prejudicou o partido, denunciando as vozes que acusaram a AfD de negar a responsabilidade do homem nas alterações climáticas.
"Trata-se de dizer que não temos dados certos. (...) Digo que temos dúvidas", acrescentou.
Jörg Meuthen prosseguiu que todas as políticas devem respeitar o princípio do "benefício da dúvida".
Desde 2015, a AfD tem concentrado o seu discurso político numa mensagem anti-imigração e anti-islâmica que lhe permitiu alcançar quase 13% dos votos nas eleições legislativas de 2017.
Mais recentemente, o partido adotou uma posição de ceticismo relativamente às alterações climáticas, assumindo-se um defensor dos automobilistas, criticando a redução das emissões poluentes e minimizando a mobilização das camadas mais jovens para as questões ambientais.
Apesar de ter ficado em quarto lugar no escrutínio europeu deste domingo, a AfD conseguiu aumentar a sua votação e o seu número de eurodeputados em relação as europeias de 2014. Nesse ano, obteve 7,1% e elegeu sete representantes.
Os Verdes foram a segunda força política mais votada nas europeias de domingo na Alemanha, tendo quase duplicado o seu resultado face às eleições anteriores (10,7%) realizadas em 2014.
Os ecologistas alemães só ficaram atrás dos conservadores da União Democrata-Cristã (CDU, partido da chanceler alemã Angela Merkel) e da União Social-Cristã (CSU), que alcançaram 28,9% dos votos, menos 6,4 pontos do que nas últimas europeias, e que elegeram 29 dos 96 lugares que a Alemanha conta no PE.
O Partido Social Democrata (SPD) ficou relegado para o terceiro lugar, com 15,80% dos votos e 16 deputados, quando em 2014 tinha alcançado 27,3%.
Uma análise pós-eleitoral divulgada pela televisão pública ARD mostrou que para os eleitores alemães os receios relacionados com o ambiente se tornaram uma prioridade: cerca de 46% dos inquiridos disseram que tinha sido a questão central na sua escolha eleitoral, um aumento de 26 pontos percentuais em comparação com as europeias de 2014.
A participação nestas eleições foi de 61,4% na Alemanha, mais 13,3 pontos percentuais do que em 2014.
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