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ONU manteve cuidados de saúde a refugiados apesar de falta de fundos

A agência da ONU de apoio aos refugiados palestinianos "continuou ininterruptamente" em 2018 a prestar cuidados de saúde primários e a disponibilizar serviços hospitalares, apesar dos "desafios financeiros sem precedentes" que enfrentou, indicou a organização.

ONU manteve cuidados de saúde a refugiados apesar de falta de fundos
Notícias ao Minuto

17:39 - 22/05/19 por Lusa

Mundo Refugiados

No seu Relatório da Saúde anual, relativo a 2018, divulgado na terça-feira, a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA na sigla em inglês) indica ter "tratado perto de 23.000 pacientes diariamente na sua rede de 144 centros de saúde" distribuídos pela Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, Gaza, Jordânia, Líbano e Síria.

O sucesso deve-se, segundo a UNRWA, ao "compromisso notável dos profissionais de saúde e ao Programa de Reforma da Saúde em curso, bem como às generosas contribuições de (...) governos" e à sua parceria com a Organização Mundial de Saúde.

"No entanto, estas realizações e a saúde e bem-estar da comunidade de refugiados palestinianos continua em risco devido à continua crise financeira da agência", salienta num comunicado divulgado no seu 'site'.

O relatório indica que em 2018 foram mantidos os principais serviços de saúde, como os relativos à saúde materna e uma cobertura de vacinação de quase 100%, tendo sido reforçada a triagem de doenças não-transmissíveis e introduzidos nos cuidados de saúde primários os serviços de saúde mental e de apoio psicossocial.

Os centros da agência atenderam 91.274 mulheres grávidas e o planeamento familiar foi oferecido a 170.173 mulheres, 26.038 das quais se registaram em 2018. A taxa de cobertura de imunização das crianças de 12 meses para todas as vacinas foi de 99,8%, exemplifica o relatório.

Além disso, "os serviços de saúde da UNRWA continuaram a introduzir inovações no seu programa", adianta o comunicado.

O diretor do programa de saúde da agência, Akihiro Seita, lembrou a "série de desafios" enfrentados em 2018, como a "crise financeira sem precedentes que ameaçou" os serviços devido à "escassez de financiamento" e a "emergência médica em Gaza devido às manifestações da designada 'grande marcha do retorno' que fizeram aumentar a pressão sobre o já sobrecarregado sistema de saúde".

"Mais de 4.000 feridos, a maioria a tiro, passaram pelos nossos centros", assinalou Seita, citado no comunicado.

O responsável disse ainda que a guerra na Síria afetou o acesso seguro aos serviços de saúde da UNRWA em algumas áreas e que a aquisição de medicamentos também foi um desafio.

"A situação geral foi terrível, mas nunca sucumbimos à pressão", disse Seita.

A agência da ONU serve a população de refugiados palestinianos que registava 5,4 milhões de pessoas no final de 2018. Neste ano foram cerca de três milhões os que recorreram aos serviços de saúde e que foram atendidos por 3.156 profissionais de saúde da UNRWA.

Em 2018, os Estados Unidos cortaram mais de 500 milhões de dólares (440 milhões de euros) de ajuda, destinados à UNRWA, a diferentes programas de assistência ou, numa pequena parte, ao orçamento da Autoridade Palestiniana.

Alguns países aumentaram as suas doações para "tapar o buraco" deixado.

A ONU alertou a 08 de maio que as suas agências que fornecem ajuda alimentar à Faixa de Gaza, como a UNRWA e o Programa Alimentar Mundial, terão de arranjar dezenas de milhões de dólares nas próximas semanas para evitar cortes significativos nas rações alimentares.

"Pensamos que se o PAM e a UNRWA não arranjarem cerca de 40 milhões de dólares (35,7 milhões de euros) até ao final de maio ou início de junho, será impossível fazer as encomendas" dos alimentos, disse o coordenador humanitário da ONU para os territórios palestinianos, Jamie McGoldrick, num encontro com jornalistas em Genebra.

Sem financiamento, na segunda metade do ano, terá de reduzir-se o número de pessoas apoiadas ou cortar nas rações, ou ambos, adiantou.

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