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Erdogan critica quem "tenta dar lições" ao país sobre "genocídio arménio

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, criticou hoje os que "tentam dar lições" à Turquia sobre o "genocídio arménio", nomeadamente a França, que acusou de ser responsável pelo genocídio no Ruanda.

Erdogan critica quem "tenta dar lições" ao país sobre "genocídio arménio
Notícias ao Minuto

12:53 - 24/04/19 por Lusa

Mundo Turquia

"Se virmos os que tentam dar lições sobre os direitos humanos ou a democracia à Turquia, a propósito da questão arménia e da luta contra o terrorismo, vemos que têm todos um passado sangrento", afirmou Erdogan num discurso em Ancara transmitido pela televisão.

"É evidente quem matou 800.000 pessoas no genocídio no Ruanda, os responsáveis são os franceses", acusou, evocando igualmente a Argélia.

A França é acusada pelo poder ruandês de ter sido cúmplice do regime hútu responsável pelo genocídio de 1994, ou até de ter participado ativamente nos massacres, o que Paris sempre negou.

O tom subiu entre Ancara e Paris após a criação pela França de um dia, 24 de abril, para assinalar anualmente o genocídio arménio de 1915.

Historiadores calculam que um milhão e meio de arménios foram mortos de modo sistemático pelas tropas do Império Otomano durante a Primeira Guerra Mundial e alguns académicos consideram-no o primeiro genocídio do século XX.

Ancara recusa a utilização do termo "genocídio", evocando massacres recíprocos num contexto de guerra civil e de fome que causou centenas de milhares de mortos nos dois lados.

Erdogan disse hoje que os críticos deveriam consultar os arquivos turcos da era otomana, adiantando: "não temos nada a esconder".

As autoridades turcas proibiram uma concentração prevista para hoje em Istambul para assinalar o massacre dos arménios, constatou um jornalista da agência France-Presse.

As forças de segurança dispersaram uma centena de manifestantes, entre os quais se encontrava uma delegação internacional, que pretendiam concentrar-se diante de uma antiga prisão, atualmente o Museu das Artes Islâmicas, onde estiveram os primeiros arménios detidos a 24 de abril de 1915.

"Há nove anos que é organizada aqui a evocação do genocídio arménio, é a primeira vez que há uma proibição das autoridades", disse à AFP Benjamin Abtan, presidente do movimento antirracista europeu EGAM, considerando que se trata de um "insulto à memória" dos arménios.

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