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Presidente do Irão reúne-se com mais alta autoridade xiita no Iraque

O Presidente do Irão, Hassan Rohani, reuniu-se hoje com o 'ayatollah' Ali Sistani, a mais alta autoridade dos xiitas no Iraque, no que foi o primeiro encontro de um chefe de Estado iraniano com o religioso.

Presidente do Irão reúne-se com mais alta autoridade xiita no Iraque
Notícias ao Minuto

12:59 - 13/03/19 por Lusa

Mundo Hassan Rohani

O encontro ocorreu no terceiro e último dia da visita oficial de Rohani ao Iraque.

O apelo do 'ayatollah' Sistani à luta contra os 'jihadistas' no Iraque, em 2014, deu origem às Hachd al-Chaabi, unidades paramilitares que reúnem civis e sobretudo milícias xiitas financiadas e armadas pelo Irão.

Posteriormente, essas forças foram colocadas sob o controlo de tropas regulares e vários dos seus antigos combatentes pró-Irão entraram para o Parlamento.

O 'ayatollah' Sistani passou a recusar qualquer interferência estrangeira.

O Irão e o Iraque travaram uma guerra entre 1980 e 1988, mas as suas relações foram largamente desenvolvidas após a queda de Saddam Hussein do poder iraquiano em 2003.

Desde então, o Irão, de maioria xiita como no Iraque, tornou-se o segundo maior parceiro comercial do país petroleiro.

O Irão desempenhou um importante papel contra o grupo do Estado Islâmico (EI), contra o qual os Estados Unidos, outro grande aliado do Iraque, também estavam a lutar integrado numa coligação internacional, que fornecia apoio aéreo crucial.

O 'ayatollah' Sistani - líder religioso da maioria dos xiitas no Iraque e alguns xiitas iranianos - lidera a escola religiosa em Najaf, uma cidade sagrada ao sul de Bagdad, grande rival da escola de Qom no Irão.

Em 2013, o octogenário líder religioso, que nunca aparece em público e não faz declarações, recusou reunir-se com o então Presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad.

Hassan Rohani pediu nas conversas que tem mantido desde segunda-feisa com líderes iraquianos - em Bagdad, Kerbala e Najaf -- que sejam fortalecidos os laços bilaterais, no momento em que os Estados Unidos pedem exatamente o contrário, para restringi-los.

Num Médio Oriente dividido entre pró-americanos e pró-iranianos, Bagdad desempenha um difícil papel de equilíbrio: os seus dois principais parceiros, o Irão e os Estados Unidos, são grandes inimigos.

O Irão, o segundo maior fornecedor de produtos ao Iraque - de eletrodomésticos a legumes, carros e gás -, está a sofrer com sanções de Washington após a retirada unilateral dos EUA do acordo nuclear de 2015.

Desde a eleição de Rohani, em 2013, o Iraque contou com o apoio paramilitar iraniano para combater o Estado Islâmico (EI), após a captura pelo grupo extremista da cidade iraquiana de Mossul e outros territórios no Iraque e na Síria.

Agora que os extremistas do EI estão perto de enfrentar uma derrota na aldeia síria de Baghouz, o último bastião do grupo na região, o Irão busca o apoio do Iraque diante da campanha de pressão realizada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.

O Presidente iraquiano está a realizar uma vista oficial de três dias ao Iraque, que teve início na segunda-feira.

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