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"Não há nada mais urgente para a igreja do que debater os abusos"

O arcebispo de Boston e presidente da Comissão Pontifícia para a Proteção dos Menores, criada pelo papa, disse hoje que neste momento "não há nada mais urgente para a Igreja do que debater os abusos e os crimes cometidos contra crianças".

"Não há nada mais urgente para a igreja do que debater os abusos"
Notícias ao Minuto

18:32 - 22/02/19 por Lusa

Mundo Arcebispo

O arcebispo de Boston, Estados Unidos, disse ainda que os bispos têm a "obrigação moral" de comunicar casos de abusos às autoridades civis e deu o exemplo dos Estados Unidos, onde apesar de cada Estado ter legislação própria sobre o dever de denúncia, a Conferência Episcopal assumiu esta "obrigação moral" de relatar os casos às autoridades civis, "para a segurança das crianças".

"Durante muito tempo, estes casos não foram reportados", recordou o arcebispo de Boston, sublinhando as consequências negativas dessa cultura de silêncio e encobrimento.

O cardeal norte-americano também salientou a necessidade de "colegialidade" para resolver o problema.

"É muito importante a mensagem que se lançou hoje de que todos juntos teremos de fazer com a Igreja seja um dos lugares mais seguros para as crianças", disse.

Na mesma conferência de imprensa, o bispo de Chicago, Estados Unidos, o cardeal Blase J. Cupich, que hoje discursou na cimeira, disse que o papa Francisco pediu medidas concretas, acreditando que algo está a começar a acontecer.

Blase Cupich advertiu, contudo, que é necessária uma verdadeira motivação por parte dos bispos.

"Podemos aprovar as leis que queremos, mas se não existir uma verdadeira motivação por parte dos bispos não chegaremos a lado nenhum", disse.

O segundo dia da cimeira terminará, como aconteceu no primeiro dia, com o testemunho pessoal de uma vítima, uma mulher europeia.

No início da sessão da manhã foi feita a leitura de um breve testemunho de uma vítima: "Quando fui abusada por um padre, a minha mãe Igreja deixou-me sozinha. Quando precisava de alguém na Igreja para falar sobre o abuso e a minha solidão todos se esconderam. Senti-me ainda mais só porque não tinha a quem pedir ajuda".

Ouvir as vítimas, aumentar a consciência, aumentar o conhecimento, desenvolver novos procedimentos, e partilhar boas práticas são alguns dos objetivos do encontro que se centra em três temas principais: responsabilidade, assunção de responsabilidades e transparência.

A cimeira reúne 190 representantes de hierarquia da Igreja, incluindo 114 presidentes ou vice-presidentes de conferências episcopais.

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