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UE insta Rússia e EUA a manter na íntegra tratado de desarmamento nuclear

A União Europeia (UE) apelou hoje aos Estados Unidos e à Rússia para que cumpram na íntegra o tratado sobre as armas nucleares de médio alcance (INF), realçando que a Europa não quer ser um campo de batalha.

UE insta Rússia e EUA a manter na íntegra tratado de desarmamento nuclear
Notícias ao Minuto

14:01 - 01/02/19 por Lusa

Mundo Apelo

"Nós valorizamos muito (o acordo), e esperamos e insistimos que este tratado seja mantido em total conformidade por ambas as partes", salientou a Alta Representante da UE para a Política Externa, Federica Mogherini, após uma reunião informal com os ministros europeus dos Negócios Estrangeiros, em Bucareste, na Roménia.

A chefe da diplomacia europeia, indicou que "a Europa é a região que mais beneficiou com este acordo".

"O acordo é totalmente coerente com os interesses de segurança que a Europa tem. Não queremos ver novamente [a Europa] como um campo de batalha ou como um lugar onde superpotências se confrontam, isso pertence a uma história distante. O acordo INF e a União Europeia ajudaram a superar isso para sempre", referiu Federica Mogherini.

Por seu turno, o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Heiko Mass, considerou que "é importante que o desarmamento e a arquitetura internacional de controlo de armas sejam colocados novamente na agenda internacional".

"Sem o tratado INF, haverá menos segurança, mas precisamos de ter em consideração que o tratado INF foi violado pelo lado russo", sublinhou Mass.

A Rússia advertiu hoje os Estados Unidos contra uma retirada "extremamente irresponsável" do tratado sobre as armas nucleares de alcance intermédio, na véspera de expirar o ultimato lançado por Washington a Moscovo.

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, vai falar hoje sobre o futuro daquele importante tratado de desarmamento do tempo da Guerra Fria, que as duas potências se acusam mutuamente de violar e do qual os Estados Unidos ameaçam retirar-se.

"Consideramos que este tratado é necessário. É no interesse da nossa segurança, da segurança europeia. Seria extremamente irresponsável prejudicá-lo por ações unilaterais", advertiu o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Riabkov, segundo declarações transmitidas pela televisão.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, indicou que a Rússia espera receber a partir de hoje "uma notificação por parte dos Estados Unidos" sobre o futuro do tratado.

"A reticência dos norte-americanos em ouvir os nossos argumentos e realizar negociações substanciais parece indicar que a decisão de romper o tratado já foi tomada há muito tempo por Washington", afirmou Peskov.

Os Estados Unidos criticam a Rússia por ter desenvolvido um míssil, o 9M729, capaz de transportar uma ogiva nuclear e que terá, segundo Washington e a NATO, um alcance superior a 500 quilómetros, o que violaria o tratado. Este proíbe os mísseis de alcance entre os 500 e os 5.000 quilómetros.

Washington deu assim 60 dias à Rússia, que terminam no sábado, para que desmantelasse os mísseis em violação do tratado.

A Rússia critica por seu turno os Estados Unidos por violarem o tratado com o seu sistema de defesa antimíssil instalado na Roménia e em breve na Polónia.

"Nós não violamos o tratado. Propusemos por várias vezes aos americanos que provassem" as suas acusações, afirmou hoje Riabkov, acusando os Estados Unidos de tentar "o esgotamento económico" da Rússia "através de uma nova corrida ao armamento".

O tratado INF foi assinado em Washington entre os EUA e a União Soviética, em 1987, e entrou em vigor em 1988, estipulando a eliminação de todos os mísseis convencionais e nucleares com alcance entre 500 e 5.000 quilómetros.

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