Esposa de pastor chinês acusado de subversão com paradeiro desconhecido
A esposa do pastor chinês Wang Yi, da igreja protestante, detido na China por "incitar à subversão", foi colocada sob "vigilância" e o seu paradeiro é desconhecido, avança hoje um jornal de Hong Kong.
© Reuters
Mundo Media
Jiang Rong, esposa de Wang, encontra-se num local secreto, uma situação que se pode prolongar por seis meses, segundo um advogado citado pelo South China Morning Post, que preferiu manter o anonimato.
"As acusações contra o pastor Wang Yi existem, pois é ele quem prega e sobe ao altar, mas a sua esposa não ocupa nenhum cargo na igreja nem fez qualquer comentário público", lembrou o advogado.
A organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) apelou na quinta-feira à libertação imediata de vários membros da igreja protestante, incluindo o pastor, acusados de incitar à subversão, em Chengdu, sudoeste da China.
"O encerramento de uma igreja protestante em Chengdu [província de Sichuan] ilustra o implacável ataque do Governo de Xi Jinping contra a liberdade religiosa na China", considerou o investigador da HRW Wang Yaqiu.
Nos passados dias 09 e 10 de dezembro, a polícia de Chengdu deteve o pastor Wang Yi e mais de 100 fiéis da igreja Early Rain Covenant.
Aquele grupo é considerado "clandestino" pelas autoridades chinesas, já que não pertence à igreja oficial, aprovada pelo Partido Comunista.
As autoridades "pilharam" as propriedades da igreja e encerraram as instalações, incluindo escritórios, um jardim de infância e um seminário, denunciou a organização.
Muitos dos fiéis tiveram que assinar uma declaração em como não voltariam a participar das atividades daquela igreja.
"As autoridades devem também devolver as propriedades da igreja e permitir que os membros retomem a prática da sua fé", apela a HRW.
O pastor foi acusado de "incitar à subversão do poder estatal" e "provocar problemas", acusações vagas frequentemente utilizadas na China para punir dissidentes, ativistas ou advogados dos Direitos Humanos.
Wang é um membro proeminente da comunidade cristã na China e é conhecido pelos seus sermões e críticas ao Partido Comunista Chinês.
Antes de ser detido, tinha publicado um ensaio crítico do apertado controlo do Governo sobre a região, e apelado aos cristãos do país que realizassem atos de desobediência civil, como celebrar a fé fora dos espaços permitidos ou levar as crianças à igreja, ambos proibidos no país.
Apesar da Constituição chinesa permitir a liberdade de culto, numerosas organizações internacionais de defesa dos direitos humanos denunciam frequentemente abusos e repressão contra grupos religiosos.
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