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Inquérito responsabiliza ex-presidente de Chipre pela crise

O ex-presidente de Chipre Demetris Christofias, foi considerado politicamente responsável pelo colapso económico da ilha mediterrânica, que forçou Nicósia a negociar um doloroso plano de resgate, indica um inquérito hoje divulgado.

Inquérito responsabiliza ex-presidente de Chipre pela crise
Notícias ao Minuto

15:43 - 07/10/13 por Lusa

Mundo Colapso

As conclusões do inquérito público, não vinculativas, serão agora entregues ao procurador-geral, que decidirá sobre o início de uma investigação criminal.

O relatório do inquérito considera que Christofias, antigo secretário-geral do AKEL (Partido Comunista) e o seu governo se basearam no mote. “Eu governo, e faço o que quero”.

Christofias, que assumiu a presidência de Chipre entre 2008 e fevereiro de 2013, é acusado de uma irresponsável política fiscal e de ter ignorado os sinais de aviso sobre os problemas que se perspetivavam.

“[Christofias] insistiu nas suas posições, ignorando os conselhos e avisos de especialistas sobre as consequências das suas decisões na economia… e não adotou medidas corretivas”, refere o relatório.

Em agosto, o antigo presidente recusou testemunhar no âmbito do inquérito, ao referir que forneceria as respostas por escrito em vez de uma resposta verbal.

Quando insistiram que respondesse às questões, optou por se retirar da sala.

Christofias também é acusado de protelar as negociações do plano de resgate com a União Europeia.

Chipre, sem acesso aos mercados internacionais desde maio de 2011, pediu apoio financeiro em meados de 2012, mas o acordo com os credores internacionais apenas foi assinado quando Christofias terminou o mandato e o novo Governo de direita tomou posse em março de 2013, após as presidenciais.

A República de Chipre encontra-se sujeita a drásticas medidas de austeridade após o fatídico 16 de março, o “dia da vergonha”, quando o Eurogrupo anunciou um plano de resgate que previa um imposto até 9,9% sobre todos os depósitos bancários.

O novo Governo de direita, dirigido pelo Presidente Nicos Anastasiades, acabou por chegar a acordo com a ‘troika’ (Comissão Europeia, Banco Central Europeus e Fundo Monetário Internacional) para impor, em troca do empréstimo de 10.000 milhões de euros, a aplicação em todas as contas bancárias de um imposto de 6,75% para os depósitos de menos de 100.000 euros, e de 9,9% acima desse valor.

Por fim, foi decidido impor uma taxa apenas aos depósitos superiores a 100.000 euros.

As medidas de austeridade exigidas em troca do plano de resgate, que estão a reduzir de forma drástica o nível de vida dos cipriotas, incluem aumento dos impostos para 600 milhões de euros, congelamento dos salários na função pública, não- substituição de quatro em cada cinco funcionários públicos que se reformem – para além do aumento da idade da reforma para os 65 anos e um corte nas pensões –, venda das reservas de ouro excedentárias por 400 milhões de euros, privatizações no valor de pelo menos mil milhões de euros.

De acordo com as previsões, o PIB deverá regredir 12,6% em 2013-2014 (com uma queda de 8,7% em 2013), enquanto a taxa de desemprego já se situa nos 15%.

Chipre aderiu à UE no "grande alargamento" de maio de 2004, e à zona euro em janeiro de 2008.

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