Web Summit: Convite a Le Pen pode ser retirado, se Portugal o pedir
Líder da extrema-direita francesa será uma das vozes na próxima Web Summit. Mas, se Portugal pedir, a Web Summit retira o convite.
© Reuters
Mundo Eventos
O surgimento do nome de Marine Le Pen entre as figuras que vão marcar presença na Web Summit 2018 causou polémica.
Paddy Cosgrave, o responsável pelo evento que é um dos acontecimentos mais esperados do ano no setor da tecnologia, já reagiu à polémica num texto em que defende o porquê de a Web Summit contar com oradores com pontos de vista bem diferentes dos seus.
O responsável da Web Summit diz sobre Marine Le Pen em particular que não concorda com as suas ideias, mas que retirar-lhe o convite seria uma "decisão fácil". Ainda assim, se o Governo português o pedir, Cosgrave mostra total abertura para retirar "de imediato" o convite à líder da Frente Nacional.
No texto que divulgou online, Paddy Cosgrave recorda os seus tempos de aluno universitário em que teve oportunidade de ouvir antigos membros do IRA e das forças britânicas. E enaltece os benefícios de poder ouvir e questionar pessoas que pensam de forma diferente.
Cosgrave realça ainda que “a tecnologia está a mudar o nosso, por vezes para melhor, por vezes para pior. Está a mudar a política, a ter impacto em eleições, a alterar a distribuição de riqueza e oportunidade, e a aumentar a sensação de marginalização para muitos”.
"A decisão fácil para a Web Summit seria retirar o convite a Marine Le Pen", defende. Porém, "banir ou tentar ignorar" pontos de vista mais "extremistas" contribuiu pouco para um melhor entendimento dos fenómenos - neste caso políticos.
Cosgrave realça ainda que na Web Sumit têm marcado presença diferentes figuras, de líderes sindicais a anarquistas.
"Excluir aqueles considerados 'demasiado socialistas', ou 'demasiado nacionalistas' ou 'demasiado extremos' da Web Summit seria, garanto-vos, uma decisão muito fácil e muito pragmática para levarmos a cabo como negócio", acrescenta.
A fechar o texto, Cosgrave acrescenta que o caso irlandês em décadas recentes moldou a sua forma de olhar para a liberdade de expressão. Ainda assim, Cosgrave admite que a história recente de Portugal é diferente e que ele próprio é sensível a isso.
Por isso, "em última instância, os nossos hóspedes, Portugal, e os interesses do povo português, devem ser colocados bem acima dos da Web Summit", reforçando assim a ideia de que, se Portugal o pedir, Marine Le Pen poderá deixar de figurar entre os convidados.
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