ONU e Japão insistem em desnuclearização total e verificável
A ONU e o Japão insistiram hoje na necessidade de a Coreia do Norte cumprir plenamente os compromissos assumidos para uma total desnuclearização do país, processo esse que deve ser "verificável e irreversível".
© Reuters
Mundo Coreia do Norte
Esta posição foi assumida pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, e pelo primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, em breves declarações aos jornalistas após um encontro em Tóquio focado em vários temas da atualidade internacional.
Guterres está a realizar uma visita oficial ao Japão e participa, na quinta-feira, na cerimónia que assinala o 73.º aniversário do ataque nuclear pelos Estados Unidos à cidade nipónica de Nagasaki (09 agosto de 1945), que ditaria o fim da II Guerra Mundial.
Três dias antes, a 06 de agosto de 1945, as forças norte-americanas já tinham largado uma bomba de urânio (a primeira bomba nuclear alguma vez utilizada em contexto de guerra) sobre outra cidade japonesa, Hiroshima.
Após o encontro com o primeiro-ministro japonês, Guterres declarou que a ONU está "totalmente comprometida" na desnuclearização da Coreia do Norte, frisando ainda que, enquanto secretário-geral da Nações Unidas, está igualmente empenhado na aplicação de "todas as resoluções relevantes do Conselho de Segurança" que envolvam Pyongyang.
As resoluções adotadas até à data pelo Conselho de Segurança da ONU estabelecem um conjunto de sanções políticas e económicas contra o regime norte-coreano na sequência do desenvolvimento, desde 2006, de um programa nuclear e balístico que é encarado com grande apreensão pela comunidade internacional.
Nas mesmas declarações, o secretário-geral da ONU recordou a cimeira do passado dia 12 de junho em Singapura entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o seu homólogo norte-coreano, Kim Jong-un, e o compromisso assumido na altura para uma desnuclearização da península coreana.
"É um objetivo que todos partilhamos, ver uma total desnuclearização que seja verificável e irreversível, de forma a certificarmo-nos que a Coreia do Norte pode ser um membro normal da comunidade internacional nesta região", prosseguiu Guterres.
Ao lado do primeiro-ministro nipónico, o secretário-geral da ONU realçou "o significado especial" desta deslocação ao Japão, o único país que sofreu um ataque com bombas atómicas, e a sua intenção de prestar "um tributo especial" às vítimas e aos sobreviventes dos ataques de Nagasaki e de Hiroshima.
"Nunca mais Nagasaki, nunca mais Hiroshima (...) é também a mensagem das Nações Unidas", afirmou Guterres, fazendo ainda outra menção histórica, mas desta vez relacionada com Portugal.
O ex-primeiro-ministro português recordou que foi em Nagasaki que os primeiros portugueses chegaram ao Japão no século XVI.
Junto a António Guterres, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, sublinhou "o importante papel" que a ONU tem vindo a desempenhar para alcançar um "mundo sem armas nucleares", bem como admitiu a sua expectativa em relação aos compromissos assumidos por Pyongyang no encontro com as autoridades norte-americanas.
Para Shinzo Abe, a concretização dos compromissos assumidos por Kim Jong-un em junho passado tem de ser "completa e ativa".
Apesar dos compromissos firmados na cimeira em Singapura, não ficou definido um calendário ou medidas concretas para o desmantelamento do arsenal nuclear da Coreia do Norte.
Vários líderes internacionais, entre os quais Shinzo Abe, têm enfatizado a necessidade de ver passos concretos destas promessas.
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