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Oposição venezuelana contesta independência da votação

Mais de 20,5 milhões de cidadãos estão convocados para as presidenciais de domingo na Venezuela, eleições que a oposição diz não serem livres e independentes, num momento em que se vive uma crise económica profunda no país.

Oposição venezuelana contesta independência da votação
Notícias ao Minuto

11:25 - 18/05/18 por Lusa

Mundo Venezuela

As eleições presidenciais venezuelanas contam atualmente com quatro candidatos: Nicolás Maduro, do Partido Socialista Unido da Venezuela - que procura a reeleição -, Henri Falcón, da Avançada Progressista (dissidente do chavismo), Javier Bertucci, do El Cambio, e Reinaldo Quinada, da UPP89.

O candidato eleito, segundo o Conselho Nacional Eleitoral, tomará posse do cargo em janeiro de 2019, para um mandato de seis anos.

Estas eleições decorrem no momento em que a Venezuela está a viver uma crise profunda que analistas e a imprensa local referem estar associada à queda dos preços internacionais do petróleo, mas também a má administração económica que levou o país e a petrolífera estatal a endividarem-se.

No meio de escândalos de corrupção e de sanções dos EUA contra funcionários do atual Governo, para a crise concorrem ainda fatores internos, como expropriações de propriedades e a queda da produção interna, restrições cambiais, escassez de produtos básicos alimentares e de medicamentos, bem como a alta inflação que, segundo projeções do Fundo Monetário Internacional será de 14.000% em 2018.

Os rendimentos familiares são insuficientes, a qualidade de vida e dos serviços diminuíram significativamente.

Há cada vez mais pessoas a pedir esmola e o risco de pobreza que, segundo o Instituto Nacional de Estatística era de 29,4% em 2014, tem aumentado significativamente.

A escassez de produtos básicos tem gerado denúncias de crise humanitária num país onde para se comprar um quilograma de carne os venezuelanos precisam do equivalente a mês e meio de salário mínimo.

Muitos deles dependem de uma bolsa com alguns produtos que o regime distribui periodicamente a preços subsidiados.

A agravar a situação, nas regiões fronteiriças com a Colômbia o contrabando aumentou consideravelmente.

Os venezuelanos contrabandeiam bens essenciais como a gasolina e carne de vaca, passam a fronteira e regressam depois com pesos colombianos que trocam no mercado negro.

Nos últimos meses os preços das habitações caíram significativamente, devido à falta de matéria-prima para a construção e ao preço excessivo de alguns materiais.

A saída de venezuelanos à procura de melhores condições no estrangeiro tem feito aumentar a oferta, acentuando a crise no setor imobiliário.

Por outro lado, a desvalorização do bolívar, a moeda venezuelana, e o aumento da inflação ocasionou uma crise de liquidez.

Os bancos não têm notas suficientes e a população tem de fazer filas diariamente para conseguir valores que não chegam para comprar um café.

Mesmo conseguindo os recursos necessários, os venezuelanos têm que vencer outras dificuldades para viajar para o estrangeiro.

Obter um passaporte é um processo demorado e prorrogar a validade desse documento é difícil.

As companhias aéreas internacionais reduziram as operações para Caracas, devido a dificuldades para repatriar os capitais provenientes das vendas.

Segundo a IATA - International Air Transport Association o Governo venezuelano tem retidos mais de 3.800 milhões de dólares de empresas do setor.

O transporte público de passageiros transformou-se numa odisseia. Estima-se que 70% dos autocarros estão parados por falta de peças de reposição, o que fez surgir as "perreras", camiões que transportam as pessoas, amontoadas.

Mas, no dia-a-dia, os venezuelanos têm ainda que lutar contra a insegurança e superar os apagões elétricos cada vez mais frequentes.

As comunicações telefónicas são cada vez mais difíceis e a velocidade de acesso à Internet decaiu consideravelmente, ficando aquém do mínimo desejado.

A Igreja Católica tem sido criticada por questionar a falta de respostas governamentais à crise, por pedir a liberdade para os presos políticos que se queixam frequentemente de maus tratos e de que são detidos por militares e funcionários dos serviços secretos por delitos, sem provas.

Apesar de a Constituição da Venezuela garantir o direito da população à livre informação e à liberdade de expressão, percebe-se que a censura e autocensura é cada vez mais intensa, com a imprensa crítica a ser acusada de "guerra psicológica" e de servir os interesses do império norte-americano.

Canais de internacionais de televisão como a CNN, a TV Azteca, a RCN, a Caracol e a NTN24 estão bloqueados no país.

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