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Poema de resistência leva a condenação por incitamento à violência
Dareen Tatour foi detida em 2015 devido a três publicações nas redes sociais. Depois de dois anos em prisão domiciliária, foi condenada por incitamento à violência por apelar à resistência palestiniana contra a ocupação israelita.
© Reuters
Mundo Israel
Um tribunal de Israel condenou a poeta e ativista Dareen Tatour pelo crime de incitamento à violência. Em causa estão três publicações nas redes sociais em que a poeta árabe israelita manifesta a sua solidariedade com a resistência palestiniana.
Dareen Tatour foi detida em 2015 devido a um vídeo em que aparece a ler um dos seus poemas, intitulado ‘Resiste, meu povo, resiste contra eles’.
Para as autoridades israelitas, conta a BBC, “o conteúdo do poema, a forma como é exposto e as circunstâncias da sua publicação criaram uma possibilidade real para a ocorrência de violência ou terrorismo”.
No poema em causa, Tatour fala ainda em “resistir ao assalto feito pelos colonos / e seguir a caravana dos mártires”. Para a justiça israelita, este poema, tal como outros dois posts da árabe israelita, em que alegadamente demonstra o seu apoio ao Hamas e à Jihad Islâmica e mostra uma imagem de uma mulher palestiniana baleada pela polícia israelita, justifica a detenção.
Depois de ser presa em outubro de 2015, Tatour passou vários meses numa prisão até ser colocada em prisão domiciliária em janeiro de 2016. Inicialmente, esteve confinada numa casa em Telavive, com muitas limitações na sua mobilidade, uma vez que as autoridades israelitas a consideram “uma ameaça à segurança pública”.
A poeta e ativista nega as acusações e considera que as suas palavras e atos têm como objetivo resistir à ocupação israelita nos territórios palestinianos. “Eles não perceberam o meu poema. Não há qualquer apelo à violência. Há uma luta, e eles tratam-na como violenta”, disse, em 2017, Tatour à Reuters.
Condenada por incitamento à violência, Dareen Tatour aguarda pela divulgação da sentença. A PEN Internacional, uma associação de escritores, condena a decisão da justiça israelita. “Dareen Tatour foi condenada por fazer aquilo que os escritos fazem todos os dias – usar as palavras para desafiar, pacificamente, a injustiça”, disse Jennifer Clement, presidente da associação, à BBC. “A Pen vai continuar a lutar pela justiça neste caso”, garantiu.
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