Miguel Flor: “Vivemos numa escala global, não podemos pensar só no país"
Durante o fim de semana da ModaLisboa, evento em que mais se celebra a moda nacional, o diretor criativo da revista de moda Prinçipal fala-nos sobre o que é isto da ‘moda portuguesa’.
© ModaLisboa
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Quem somos pequeninos todos sabemos. Mas que somos grandes também o sabemos”. É esta a visão de Miguel Flor sobre a moda no país. Se está ou não no patamar onde deveria, admite que o diálogo entre a indústria e os criadores tem de ser trabalhada. Ainda assim, a sua atitude perante o tema é otimista: “Todos sabemos que há um caminho a percorrer, portanto, vamos percorrer este caminho e fazê-lo de uma forma não muito forçada. Acho que dessa forma o ponto que queremos atingir pode estar quase a acontecer”.
Parte deste caminho de que fala passa pela Prinçipal, a revista de moda portuguesa de que é diretor criativo e cuja edição número 20 foi lançada na ModaLisboa, no espaço do Showcase ModaPortugal.
Ao Notícias ao Minuto, Miguel Flor explica que a Prinçipal “serve exatamente para enaltecer aquilo que fazemos de fio a pavio. Já se começa a ver a indústria num todo, com os criadores e mais aquilo que somos a nível geográfico. A Prinçipal é uma revista 100% portuguesa que se preocupa em trabalhar com portugueses, em lugares portugueses. Há aqui um total panorama de Portugal, e acho que é isso que as pessoas querem ver. É muito mais interessante as pessoas perceberem originalmente quem nós somos, através desta janela que lhes damos.”
Isto porque, se somos pequenos a nível geográfico e populacional, somos ao mesmo tempo conhecidos e falados lá fora. Somos “grandes fabricantes, grandes tecnologicamente, grandes em termos de serviço porque as grandes marcas vêm cá recorrer a estes serviços. No fundo, temos apenas de encontrar o ponto de confluência entre estas duas realidades para crescer, ser vistos e de alguma forma reconhecidos em termos de design”, aponta.
O Sangue Novo como trampolim ‘lá para fora’
Além de lançar a revista, Miguel Flor marcou também presença na ModaLisboa como júri da plataforma SangueNovo, onde designers apresentam as suas coleções pela primeira vez, permitindo que se descubram novos talentos.
Sobre a edição deste ano, o diretor criativo faz um balanço positivo sobre as propostas apresentadas. “Fiquei contente pela hunanimidade em dar o primeiro prémio ao trabalho do Filipe Augusto, uma proposta bastante boa, criativa, com muita qualidade, vestibilidade, conceito e especialmente com um cheirinho a portugalizada sem ser de uma forma óbvia.”
Segundo os seus critérios, não só a coleção ‘Colheitas’ de Filipe Augusto valeu o destaque como as duas menções honrosas dadas a Federico Protto e Rita Sá. “É sempre fantástico poder participar no Sangue Novo enquanto júri daquilo que esperemos que possa ser o futuro do que vemos como designers e criadores portugueses quer em nome próprio, quer noutras plataformas, porque sem dúvida que o Sangue Novo deve ser um trampolim para outras plataformas” refere, salientando que não podem viver só no país: “Vivemos cada vez num mundo mais global, não podemos pensar só em Portugal,. Temos de pensar numa escala mundial e acho que todos eles podem fazer parte desta escala”.
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