Médicos testam novo 'alvo' na luta contra o Alzheimer
Cientistas norte-americanos testaram um novo alvo no cérebro para receber a estimulação cerebral profunda: o lobo frontal
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Já lá vão mais de duas décadas desde que a estimulação cerebral profunda, conhecida como marca-passo cerebral (o equivalente a um pacemaker, mas para o cérebro), é usada com sucesso para controlar os sintomas do mal de Parkinson e melhorar a qualidade de vida de quem tem a doença.
Era de se esperar, portanto, que a técnica fosse testada para outras doenças, como demências e até a obesidade. Para já, é a vez de analisar o seu impacto no Alzheimer.
O tratamento –um implante de elétrodos no cérebro, ligados a um marca-passo implantado na pele na zona da clavícula– baseia-se na ideia de que a ativação dos neurónios por meio da estimulação profunda possa trazer melhoras cognitivas e comportamentais e ajudar a reparar os danos funcionais.
Na aposta da técnica contra o mal de Alzheimer, um grupo de médicos de Toronto, no Canadá, foi pioneiro e relatou, num estudo de 2012, um incremento no metabolismo cerebral e na melhoria clínica após um ano. O objetivo era retardar a progressão da doença, não revertê-la.
Agora, uma pesquisa publicada na passada quarta-feira (dia 31) na revista médica especializada Journal of Alzheimer's Disease mostra o resultado de uma nova iniciativa de cientistas da Universidade do Estado de Ohio (EUA) contra a doença. Os especialistas testaram um novo alvo no cérebro para receber a estimulação: o lobo frontal.
Segundo Douglas Scharre, coautor do estudo e diretor do instituto de neurologia da universidade, essa região é responsável pelas nossas habilidades de resolução de problemas, organização e planeamento, e sua estimulação causou uma desaceleração no declínio dos pacientes quando comparados com um grupo de pessoas que não receberam esse tratamento.
O estudo é pequeno, mas mostrou que é seguro. Três pacientes com mal de Alzheimer em estágio moderado receberam o marca-passo cerebral e foram avaliados depois de mais de 20 meses. Não houve efeitos adversos sérios ou permanentes.
Uma das voluntárias era LaVonne Moore, 85. Segundo os autores, quando começou a participar do estudo, em 2013, já não cozinhava mais. Depois de dois anos de tratamento, voltou a preparar refeições simples e a selecionar as suas próprias roupas.
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