Um emprego das 9ah00 às 18h00 em que a pessoa apenas se levanta para almoçar ou para ir numa 'corrida' até à casa de banho quando já não dá para aguentar mais. Esta é, possivelmente, a realidade de muitos trabalhadores dos dias de hoje, reféns de empregos sedentários e de todas as consequências associadas a essa inatividade.

Entre os efeitos mais nocivos está o mais temido de todos: a morte. Pode soar a exagero, mas um recente estudo do Centro Médico da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, vem revelar que o risco de morte não está apenas associado às pessoas que passam o dia todo sentadas no sofá, afeta também aquelas que apenas se levantam poucas vezes durante o dia de trabalho.

De acordo com o site ScienceDaily, os investigadores norte-americanos detetaram que não é apenas a quantidade de tempo total que a pessoa passa sentada por dia que faz aumentar o risco de morte precoce, também a forma como se acumula esse sedentarismo conta, sendo que passar mais do que uma hora sentado duplica o risco de fatalidade quando comparado com pequenos momentos de pausa a cada 30 minutos.

Na prática, uma pessoa que passa 12 horas sentada de forma quase consecutiva corre um maior risco de morrer precocemente do que aquela que passa as mesmas 12 horas por dia sentada, mas que se levanta regularmente.

O estudo

Para o estudo, publicado online na revista científica Annals of Internal Medicine, os cientistas recorreram a mecanismos de monitorização de movimento para avaliar os níveis de atividade (ou de falta dela) de 7,985 pessoas com mais de 45 anos.

Todos os participantes foram avaliados ao longo de quatro anos e verificou-se que a maioria passava cerca de 77% do período de análise sem se levantar, o equivalente a 12 horas diárias. Contudo, foram aqueles que passaram mais do que 12 horas sentados os que viram aumentar o risco de morte e que chegaram mesmo a morrer, tendo-se declarado 340 óbitos durante a investigação (sendo que a morte não foi classificada como causa direta do sendetarismo, mas, em alguns casos, acelerada pelo mesmo).

Os participantes que passaram no total do dia mais tempo sentados e que acumularam mais períodos de sedentarismo (60 a 90 minutos de inatividade de cada vez, por exemplo) foram os que apresentaram um risco de morte duas vezes maior do que aqueles que ficavam sentados menos de uma hora de cada vez. Levantar da cadeira a cada 30 minutos ajuda a reduzir o risco de morte, concluiu o estudo.

Mais estudos são necessários para determinar os mesmos efeitos em populações mais jovens e fisicamente ativas.

No ano passado, um estudo da Escola de Medicina da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, revelou que o sedentarismo a partir dos 40 anos é altamente prejudicial para o cérebro. E já agora, sabe como ficar sentado o dia todo afeta o nosso corpo dos pés à cabeça?