A 'Última Ceia' do chef Vítor Sobral. Uma recriação à moda do século XXI
O pão que Mário Rolando Peres amassou, o vinho que Paulo Laureano criou e a carne que Vítor Sobral assou. Foi assim a mais recente recriação da Última Ceia.
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Chegámos à Peixaria da Esquina, no coração de Campo de Ourique, e a mesa já estava pronta. Uma mesa retangular comprida e já com os pratos, os copos e os talheres devidamente posicionados. Um a um, os jornalistas e convidados foram vestindo a pele de apóstolos e sentaram-se aleatoriamente até que todos os lugares ficassem preenchidos… menos um.
Não, não estávamos à espera do aparecimento da figura de Jesus, mas sim do chef Vítor Sobral, que se sentou numa das cabeceiras da mesa. O chef é o protagonista da quinta edição de ‘A Última Ceia’ do Canal História, um documentário que vai estrear no próximo dia 7 de abril às 22h00 e que vai ser emitido até ao dia 16.
Estava tudo a postos para que se recriasse a Última Ceia. E assim o foi. Com a chegada dos cestos de pão com mousse de pistácio acompanhada de azeitonas marinadas em hortelã vieram as primeiras explicações. Mário Rolando Peres não se fez de rogado e começou a revelar os pormenores da ‘vida’ do pão que estava à mesa e que o próprio tinha amassado.
Tratava-se de um pão feito à moda antiga (literalmente): “um quilo de massa mãe para um quilo de fermentação natural, sem adição de fermentos artificiais, só leveduras naturais”, começou por nos explicar. “O pão foi amassado ontem e cozido hoje, sem fermentação industrial”, frisou o especialista em pão.
À medida que os cestos de pão se iam esvaziando, os copos iam-se enchendo de vinho. Era a vez de Paulo Laureano falar do seu vinho, conservado em “ânforas de barro” e vendido numa talha e feito como há “dois mil anos atrás”. O segredo? Esse “não está na tecnologia, está nas uvas”, garantiu o enólogo.
O pão e o vinho da Última Ceia estavam na mesa e chegava a vez do chef Vítor Sobral falar das suas criações, todas elas com uma essência passada, mas com um toque de modernidade. O menu que criou incluía como entrada o atum de escabeche com orégãos, feito com redução de vinho e sangue de atum, seguido do prato principal, uma recriação moderna da carne dos antepassados e que tinha como protagonista o cordeiro, que fora “assado durante 14 horas numa temperatura pouco acima dos 60 graus”, revelava o chef. A carne vinha acompanhada de feijão e nozes e de um dos ingredientes mais mediáticos do século XXI: a quinoa.
Para sobremesa, a inspiração voltou-se para o charroset, uma iguaria que levou um toque pessoal do chef. Ao invés da versão original que “é uma bomba calórica”, o especialista optou por servir um mexido feito com pão, vinho, mel e frutos secos, que foi acompanhado por um sorvete de limão.
O menu do chef Vítor Sobral vai ser incluído no cardápio da Peixaria da Esquina, estando disponível entre os dias 1 e 16 de abril. O preço por refeição é de 50 euros e inclui o vinho Tradições Antigas Talha de Paulo Laureano.
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