Ameaça de guerra comercial com China provoca queda acentuada na bolsa
A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em forte baixa, com os investidores a acolherem com uma acentuada inquietação o anúncio por Donald Trump de sanções comerciais contra a China, que podem provocar represálias de Pequim.
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Economia Wall Street
Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average perdeu 2,93% (724,42 pontos), para as 23.957,89 unidades.
Já o alargado S&P500 recuou 2,52% (68,24), para os 2.643,69 pontos, e o tecnológico Nasdaq perdeu 2,43% (178,61), para os 7.166,68.
"Trata-se de um movimento generalizado de baixa. Nenhum setor foi poupado", resumiu Maris Ogg, da Tower Bridge Advisors.
O subíndice do SA&P500 que junta os valores da indústria desvalorizou 3,28%, o dos valreos financeiros 3,70% e o dos valores tecnológicos 2,69%.
Trump assinou hoje "um memorando presidencial contra a agressão económica da China" e evocou medidas punitivas contra as importações chinesas, que podem atingir o valor de 60 mil milhões de dólares (49 mil milhões de euros), sem que esteja claro se o valor se refere às sanções ou aos produtos em causa.
Com esta medida, um dirigente da Casa Branca afirmou que se pretende "compensar os ganhos obtidos pelos chineses com práticas comerciais desleais".
No resumo de Ogg: "A perspetiva de uma guerra comercial pesa sobre Wall Street".
A China, que tem um excedente comercial de 375,2 mil milhões de dólares com os EUA, já ameaçou "não ficar com os braços cruzados", podendo visar as suas importações de soja e aviões norte-americanos.
Títulos destes setores foram hoje dos que mais perderam em Wall Street, como a Boeing (-5,19%), a Caterpillar (-5,71%) ou a Fiat Chrysler (-3,39%).
Por outro lado, a demissão do advogado que dirigia a equipa que aconselha Trump no inquérito, dirigido pelo procurador especial, Robert Mueller, a um eventual conluio entre a sua equipa de campanha eleitoral e os dirigentes de Moscovo pareceu influenciar a segunda metade da sessão bolsista.
"Passámos uma linha vermelha", indicou Art Hogan, da Wunderlich Securities, com Jack Ablin, da Cresset Wealth Advisors, a afirmar que "trata-se de um novo fator da instabilidade problemática na Casa Branca".
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