Petróleo mais caro atrasa aposta de Angola no setor mineiro
A consultora BMI Research considerou hoje que a subida dos preços do petróleo vai atrasar o investimento de Angola no setor mineiro pelo menos até ao final da década, mas a perspetiva positiva sobre esta atividade mantém-se.
© Getty Images
Economia BMI Research
"A subida dos preços do petróleo e os melhoramentos na posição orçamental até 2021 vão refrear a vontade política de atingir os objetivos de curto prazo" no que diz respeito às minas, lê-se numa análise ao setor.
No documento, enviado aos investidores e a que Lusa teve acesso, os analistas da BMI Research escrevem que a partir da próxima década o Governo vai "cumprir os compromissos de investimento no setor mineiro, explorando os vastos depósitos de ouro, cobre e pedras preciosas a longo prazo, fazendo com que a indústria mineira tenha um crescimento médio de 6,7% entre 2017 e 2021, alicerçado nos níveis de produção de diamantes, que deverão aumentar impulsionados por novos projetos e pela subida na procura mundial".
Ainda assim, "a prevista recuperação global nos preços do petróleo nos próximos anos vão ser um impedimento importante ao desenvolvimento a curto prazo do setor mineiro", dizem os analistas, sublinhando que o foco do Governo angolano continua no petróleo, que vale 75% das receitas fiscais e representa cerca de 95% das exportações do país.
"Apesar das significativas contrariedades que a expansão da atividade mineira enfrenta em Angola nos próximos cinco anos, mantemos a nossa visão positiva para a indústria no horizonte de 10 a 20 anos", escrevem os peritos da BMI Research.
A produção de petróleo "vai atingir um pico em 2018 com 1,8 milhões de barris diários e depois diminuir até aos 1,6 milhões em 2021", o que será um incentivo à diversificação económica, concluem.
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