FMI insta países do G20 a gastar mais
O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou hoje que os riscos para a economia global estão a crescer, apelando às principais nações do G20 a aumentarem as despesas públicas.
© Reuters
Economia Chengdu
Os líderes dos bancos centrais e ministros das Finanças das 20 maiores economias estão hoje reunidos na cidade chinesa de Chengdu para abordar a situação económica global, perante novas incertezas com a decisão de saída do Reino Unido da União Europeia.
"O crescimento global continua fraco e os riscos de queda tornaram-se mais salientes", disse o FMI num relatório lançado antes da reunião do G20.
Numa atualização da sua previsão de abril, o FMI reviu em baixa as suas estimativas para o crescimento global este ano e no próximo em 0,1%, para 3,1% e 3,5% respetivamente.
O novo ministro das Finanças da Grã-Bretanha, Philip Hammond, é um dos que vai usar da palavra na reunião do G20, onde deverá transmitir a mensagem de que o seu país "continua aberto ao negócio", segundo um comunicado do Tesouro britânico.
O FMI quer que as economias avançadas como a Alemanha e os Estados Unidos canalizem mais gastos públicos para investimentos em infraestruturas, de forma a ajudar a impulsionar o crescimento global, uma questão que tem suscitado divisões entre os membros do G20.
Entretanto, os ministros do G20 apelaram hoje em Chengdu ao reforço da coordenação dos seus sistemas fiscais e de troca de informações financeiras, a fim de conter as práticas de otimização agressiva das multinacionais e de oferecer uma estabilidade acrescida aos investidores.
Acabar com as "lacunas" dos regimes fiscais devido à má coordenação internacional "vai mudar as escolhas que as empresas fazem", sublinhou o secretário do tesouro norte-americano Jacob Lew, perante outros grandes financeiros do G20.
A Google e outras multinacionais como a Amazon ou Facebook são regularmente acusadas de evasão aos impostos, nos Estados Unidos e na Europa, instalando-se em países onde os sistemas de tributação lhes são mais favoráveis, como a Irlanda.
O problema foi hoje abordado num simpósio dedicado aos sistemas fiscais, organizado em Chengdu, no sudoeste da China, à margem da reunião dos ministros das Finanças e dos governadores dos bancos centrais das 20 principais economias mundiais.
"Quando as regras atuais da fiscalidade internacional foram desenvolvidas, elas refletiam a geografia, as fronteiras nacionais. Hoje em dia, as tecnologias esbatem as fronteiras", acrescentou Lew.
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