Santander anuncia aumento de 5% nos dividendos
A presidente do Santander comunicou hoje aos acionistas do grupo espanhol, reunidos em assembleia-geral, que o seu conselho de administração vai propor uma subida de 5% dos dividendos, para 21 cêntimos, mas antecipou dificuldades associadas ao contexto económico.
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Botín explicou aos acionistas que espera pagar a maior parte do dividendo de 2016, 16,5 cêntimos, em numerário, e os restantes 4,5 cêntimos ou em efetivo ou em ações. Caso este valor seja aprovado no próximo ano, o que depende sempre dos resultados do grupo, a decisão representa um aumento de 10% do valor pago em numerário, salientou.
A presidente do banco espanhol recordou, a propósito, que o Santander é das poucas empresas do grupo que tem distribuído dividendos aos seus acionistas, ano após ano, nos últimos 50 anos.
No decorrer da assembleia-geral, na cidade espanhola de Santander, a presidente do grupo admitiu que a evolução das ações do banco nas bolsas tem vindo a ser prejudicada pelas dúvidas dos mercados relacionadas com o Brasil (que está na maior recessão desde os anos 30 do século XX e no meio de uma crise política de consequências imprevisíveis).
Ainda assim, Botín salientou que, apesar da debilidade do mercado brasileiro, o Santander está a melhorar naquele país e a posicionar-se para aproveitar as oportunidades que necessariamente vão surgir quando a maior economia da América Latina voltar a crescer.
Segundo Botín, o Santander conta com "três vantagens competitivas claras" face à concorrência. A primeira, disse, é que o banco tem massa crítica nos dez países em que está presente, incluindo Portugal, o que permite maiores ganhos de eficiência.
A segunda vantagem, referiu a presidente, é a proximidade que o Santander tem com os seus clientes. "Tornámos a vida dos nossos clientes mais fácil", disse Ana Botín, destacando os "grandes avanços" que o grupo fez na aposta no digital.
Por último, realçou a presidente do Santander, o banco conta com "diversificação internacional", o que lhe permite compensar eventuais debilidades de uma geografia com as forças de outra.
Botín também recordou aos acionistas que o grupo continua empenhado em reduzir o número de divisões. Por outro lado, anunciou que a entidade vai continuar a reduzir os custos com a cúpula da gestão, que serão 30% menores do que ano de 2014 (uma redução de 30 milhões de euros).
Sobre a regulação bancária, uma crítica que tem deixado em várias apresentações de resultados do Santander, Ana Botín recordou o "forte esforço" que as novas regras bancárias exigem às entidades financeiras, especialmente as que têm a ver com rácios de capital.
No entanto, a presidente do Santander mostrou-se confiante de que "a agenda regulatória está perto do fim".
Botín destacou que o Santander mantém o seu compromisso de alcançar um rácio de capital principal Cet 1 'fully loaded' (novas regras totalmente implementadas) de 11% em 2018, meio ponto acima do que as regras exigem para esse ano.
Quanto a novos investimentos, Ana Botín não descartou novas compras, desde que sirvam para complementar a sua presença em países que considera importantes. Neste caso, deu o exemplo a recente aquisição do Banif em Portugal, por 150 milhões de euros.
Ainda assim, e repetindo o que já tinha dito nos resultados anuais, afirmou que "a prioridade imediata do grupo é a otimização do seu modelo e o crescimento orgânico".
O Banco Santander registou lucros de 5,966 mil milhões de euros em 2015, um valor 2,6% superior ao do ano anterior.
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